Por José
Mendes Pereira
A foto foi feita hoje e pertence ao meu acervo - Liberada para quem quiser usá-la em seus trabalhos.
Enquanto eu
esperava pelos meus netos na Praça dos Correios centro de Mossoró vi o busto e
as placas do Dr. Francisco Pinheiro de Almeida Castro pintados, e me parece que
foram melados de tintas recentemente. Eles estão pintados com tinta preta que
até a gente tem impressão que é São Benedito.
Eu nunca ouvi
falar que se pinta busto ou estátua em praça pública. Eles são feitos de bronze
e são considerados eternos, muito embora não sejam. Existem líquidos para
limpar bronze e não se deve pintar. Eles não foram pichados e sim, pintados com
cuidados para que não fossem borrados. Mas é ridículo.
Quem os pintou
eu não sei. Teria sido a prefeitura que mandou fazer aquele trabalho ridículo?
Eu acho que não foi. E se foi ela que mandou pintar está totalmente por fora de
monumento.
Será que vão pintar de preto a de Jerônimo Dix-sept Rosado Maia?
Ou teria sido
alguém na intenção de protegê-los? Se tiver sido deveria ter pedido autorização
à prefeitura, porque o que é público não se deve meter a mão ou fazer algo sem
autorização dos administradores municipais.
Leia o que
escreveu o poeta José Edilson:
"Mossoró ao
longo de sua história contou com valorosos profissionais da saúde que dedicaram
grande parte de sua vida, em atender a população indistintamente. Nesse
contexto, estão inseridos dois exemplos de cidadãos humanitários que não podem
ser esquecidos: Francisco Pinheiro de Almeida Castro e Almir de Almeida Castro.
Francisco
Pinheiro de Almeida Castro nasceu em Maranguape-CE, no dia 28 de agosto de
1858. Filho do Tenente-Coronel Inácio Pinto de Almeida Castro e de Maria Pinto
de Almeida Castro. Formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro em
1880. Em 1881, o Dr. Almeida Castro fixa residência em Mossoró, onde casou e
viveu e faleceu, numa fidelidade domiciliar de 41 anos.
Foi
possivelmente o primeiro médico a instalar seu consultório visando o melhor
atendimento possível a quem o procurasse independente da condição social.
Almeida Castro participou ativamente da abolição dos escravos em 1883, como
Venerável da Loja Maçônica 24 de junho, de 1895 a 1900. Homem culto era Sócio
Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. O
Dr. Castro foi ainda diretor do jornal O Mossoroense de 1920 a 1922.
O historiador
Luis da Câmara Cascudo fez um relato biográfico sobre o Dr. Almeida Castro,
destacando as suas inúmeras qualidades: “Profundamente bom, generoso, apiedado
de todo sofrimento, pareceu ao povo uma expressão apostólica. Tornou-se a
figura central de Mossoró. Meu tio Antônio Pimenta, longos anos morador na
cidade, dizia, como axioma: – Muito raro em Mossoró, não dever-se dinheiro aos
Fernandes nem favor ao Dr. Castro. Almeida Castro se casou em 1895 com sua
prima Francisca Veras Saldanha (1862-1909), sem descendentes. Amava profundamente
a cidade, o povo, tradições, todos os elementos emocionais para o complexo da
mística regional. Era o primeiro mossoroense na instintiva enunciação dos
valores”.
Almeida Castro
destacou-se também na política. Foi Presidente da Intendência, no período de 1890
a 1892 e deputado federal, em 1920-1922, falecendo em 22 de junho de 1922, em
pleno exercício de seu mandato. Era um dos maiores líderes políticos que a
região Oeste potiguar conheceu. Tinha entre seus seguidores, Jerônimo Rosado e
Rafael Fernandes. Por essa razão, foi homenageado de diversas formas. È nome de
maternidade, de rua e foi construída uma herma localizada na Praça Rafael
Fernandes.
(*) José
Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo é servidor da Prefeitura de Mossoró.
Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do
Norte – UFRN. Mestre em Geociências pela UFRN".
Enviado pelo
autor: José Edilson de Albuquerque Guimarães Segundo
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