Por Raul
Meneleu
O cangaço não
pode ser confundido com o mercenarismo da capangagem a serviço dos coronéis
locais, se bem que geralmente os coronéis aliavam-se com cangaceiros para suas
investidas contra seus inimigos.
O capanga era
subalterno do coronel ou de quem lhe pagasse, já o cangaceiro era um aliado
momentâneo com propósitos definidos e eram a expressão de uma barbárie
hereditária numa região atrasada; como um banditismo que impõe suas próprias
leis, face à carência dos poderes públicos e à ausência de uma justiça
imparcial na região, constituía-se de um banditismo de vingança e honra, uma
revolta dos pobres contra o sistema latifundiário.
O cangaço foi
também uma das manifestações que fizeram os autores de História do Nordeste se
situarem quando se tratou de construir uma nação "moderna". É
igualmente um dos fenômenos dos quais os representantes do poder se serviram
para forjar essa nação, de acordo com representações que elaboravam.
Casarão do
coronel Isaías Arruda ainda de pé em Missão Velha. (Foto: Antonio Rodrigues).
* Trecho do
meu mais novo livro que breve estará à disposição dos amigos. (LAMPIÃO,
Nordeste: Coronéis, Capangas e Jagunços).
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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