Por Jorge Remígio
Na morte de Lampião não houve traição, esse é o meu entendimento. Pedro de Cândido não traiu e muito menos Joca Bernardo, pois esse não era coiteiro do rei dos bandoleiros e nem ao menos o conhecia. Era sim, coiteiro de Corisco. Agora, o Joca foi quem deu toda a pista. Aliás, essa pista foi deixada por Pedro de Cândido ao comprar todo estoque de queijos do Joca. Esse tinha lá as suas ciumeiras por saber que o Pedro era coiteiro de Lampião, então, comunicou esse fato para o Sargento Aniceto, já que o Tenente João Bezerra não se encontrava em Piranhas e sim, na cidade da Pedra, hoje Delmiro Gouveia.
Quando o comando tomou conhecimento dessa informação "quente", armou toda estratégia para chegar até Lampião e seu bando. Pedro de Cândido seria a chave. Havia grandes probabilidades desse saber o local do coito. "O queijo foi o vilão". Quando o Tenente João Bezerra mandou alguns soldados trazerem Pedro de Cândido que residia no distrito de Entremontes, esse alegou que não podia sair da sua residência naquele momento, alegando que a esposa estava enferma.
Quando o comando tomou conhecimento dessa informação "quente", armou toda estratégia para chegar até Lampião e seu bando. Pedro de Cândido seria a chave. Havia grandes probabilidades desse saber o local do coito. "O queijo foi o vilão". Quando o Tenente João Bezerra mandou alguns soldados trazerem Pedro de Cândido que residia no distrito de Entremontes, esse alegou que não podia sair da sua residência naquele momento, alegando que a esposa estava enferma.
Pedro de Cândido
Os soldados não fizeram nenhuma pressão para levá-lo e ao comunicarem ao Tenente João Bezerra o que dissera Pedro de Cândido, o comandante ficou furioso e falou para os mesmo soldados retornarem e trazer de toda maneira o Pedro, senão eles morreriam. Vale salientar, que havia sigilo na operação é só os comandantes tinham conhecimento do objetivo. Os soldados trouxeram Pedro até o comandante da operação e este ainda tentou argumentar que não tinha conhecimento do local onde os cangaceiros estavam acoitados. Não houve uma seção de tortura.
O Tenente João Bezerra botou o seu punhal entre as costelas de Pedro de Cândido e levantou a ponta da arma branca causando um corte raso no tórax do coiteiro. Falaram para esse que tinham conhecimento que Pedro sabia do local do coito e que esse escolhesse em dizer ou morrer. Pedro de Cândido confessou logo.
Não houve surra nem unhas arrancadas, isso tudo é fantasia. Como se diz na gíria policial, Pedro de Cândido estava "derrubado". Ou seja, não tinha argumentos para negar. A informação que a polícia tinha era crucial para ele. Então, não houve traição. Se ele persistisse negando, poderia pagar com a própria vida. Essa foto dele postada na matéria, fazia só três dias do ocorrido em Angico. Não está com cara de ter perdido as unhas arrancadas por alicate.
O Tenente João Bezerra botou o seu punhal entre as costelas de Pedro de Cândido e levantou a ponta da arma branca causando um corte raso no tórax do coiteiro. Falaram para esse que tinham conhecimento que Pedro sabia do local do coito e que esse escolhesse em dizer ou morrer. Pedro de Cândido confessou logo.
Não houve surra nem unhas arrancadas, isso tudo é fantasia. Como se diz na gíria policial, Pedro de Cândido estava "derrubado". Ou seja, não tinha argumentos para negar. A informação que a polícia tinha era crucial para ele. Então, não houve traição. Se ele persistisse negando, poderia pagar com a própria vida. Essa foto dele postada na matéria, fazia só três dias do ocorrido em Angico. Não está com cara de ter perdido as unhas arrancadas por alicate.
Jorge Remígio, João de Sousa Lima, Manoel Severo e Urbano Silva
Sei que esse episódio que culminou na morte de Lampião e mais dez integrantes do bando, vai sempre existir a discordância e isso para discussão é bastante salutar. A ciência social não é exata, e a história faz parte dessa ciência. O que podemos fazer para embasar e defender nossos pontos de vista, é justamente nos cercar de argumentos convincentes, de probabilidades e possibilidades.
Veja o meu ponto de vista: Quando se trai, trai a confiança. Nesse caso, tem que existir a relação entre pessoas. Pode se trair uma causa, uma bandeira, um país, como também um casamento. Bem, quando se trai, é a quebra de um acordo, de um compromisso, mesmo que esse não seja formal. Um prisioneiro de uma causa política que entrega companheiros de causa sob tortura, no meu entendimento não está traindo. Entendo que não foi um ato deliberado. A traição é um ato espontâneo. Como diz o poeta "na tortura toda carne se trai".
Bem, voltando para o nosso foco, o Pedro de Cândido não indicou o local do coito espontaneamente. Ele tinha que escolher entre viver ou morrer, ele não passou por uma seção de tortura. Mas, estava evidente que a pressão iria aumentar, uma vez que a polícia tinha plena certeza que o coiteiro tinha conhecimento do local onde o bando estava acampado. Então, após os primeiros atos violentos, esse preferiu não arriscar a vida. Onde se enquadra a traição? Se ele tivesse procurado a polícia e indicado espontaneamente o local, claro que se configuraria uma traição.
O Joca Bernardo por não ser coiteiro de Lampião e nem conhecê-lo, também não traiu. Pois não existia nenhum compromisso entre os dois. Já sobre o possível envenenamento, é uma das teses mais fáceis de ser rechaçada. Ela já foi debatida, provada a sua impossibilidade, visto que estavam no coito em torno de trinta e sete cangaceiros e os mais de vinte que escaparam não tiveram nenhum sintoma da reação de veneno no organismo. Toda pessoa que ingeri veneno, seja ele arsênio, estricnina, ou outro qualquer, tem reações horríveis. O primeiro é o vômito, contorção, dores na barriga... Não foi evidenciado nenhum desses sintomas em nenhum cangaceiro. Lampião levantou-se, saiu de sua tenda, Maria também, um foi pegar água outro o leite, ou seja, tudo na normalidade cotidiana. Agora, essa tese foi levantada e encampada por muitos. Inclusive pelos nazarenos. Mas para mim, como já falei, não tem consistência nenhuma. É um ponto de vista
Jorge Remígio, pesquisador
Conselheiro Cariri Cangaço, João Pessoa PB
Veja o meu ponto de vista: Quando se trai, trai a confiança. Nesse caso, tem que existir a relação entre pessoas. Pode se trair uma causa, uma bandeira, um país, como também um casamento. Bem, quando se trai, é a quebra de um acordo, de um compromisso, mesmo que esse não seja formal. Um prisioneiro de uma causa política que entrega companheiros de causa sob tortura, no meu entendimento não está traindo. Entendo que não foi um ato deliberado. A traição é um ato espontâneo. Como diz o poeta "na tortura toda carne se trai".
Bem, voltando para o nosso foco, o Pedro de Cândido não indicou o local do coito espontaneamente. Ele tinha que escolher entre viver ou morrer, ele não passou por uma seção de tortura. Mas, estava evidente que a pressão iria aumentar, uma vez que a polícia tinha plena certeza que o coiteiro tinha conhecimento do local onde o bando estava acampado. Então, após os primeiros atos violentos, esse preferiu não arriscar a vida. Onde se enquadra a traição? Se ele tivesse procurado a polícia e indicado espontaneamente o local, claro que se configuraria uma traição.
O Joca Bernardo por não ser coiteiro de Lampião e nem conhecê-lo, também não traiu. Pois não existia nenhum compromisso entre os dois. Já sobre o possível envenenamento, é uma das teses mais fáceis de ser rechaçada. Ela já foi debatida, provada a sua impossibilidade, visto que estavam no coito em torno de trinta e sete cangaceiros e os mais de vinte que escaparam não tiveram nenhum sintoma da reação de veneno no organismo. Toda pessoa que ingeri veneno, seja ele arsênio, estricnina, ou outro qualquer, tem reações horríveis. O primeiro é o vômito, contorção, dores na barriga... Não foi evidenciado nenhum desses sintomas em nenhum cangaceiro. Lampião levantou-se, saiu de sua tenda, Maria também, um foi pegar água outro o leite, ou seja, tudo na normalidade cotidiana. Agora, essa tese foi levantada e encampada por muitos. Inclusive pelos nazarenos. Mas para mim, como já falei, não tem consistência nenhuma. É um ponto de vista
Jorge Remígio, pesquisador
Conselheiro Cariri Cangaço, João Pessoa PB
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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