No ano de
1915, os cangaceiros Antão Godê, Serrote e outros voltaram ao município de
Cabaceiras da Paraíba, após atacar alguns fazendeiros na região de Campina
Grande.Nesse mesmo ano, vários fazendeiros da região foram vítimas de alguns
cangaceiros sem regras.
Depois da
prisão do cangaceiro Antonio Silvino, alguns cangaceiros liderados por João de
Banda, voltaram a atacar no município de Cabaceiras. Nessa ocasião, os
cangaceiros extorquiram o fazendeiro Miguel Pereira de Almeida. Mais conhecido
na região como Coronel Miguel Peba (ex-prefeito) do município.
Os cangaceiros
invadiram a fazenda Charneca de Cabaceiras. Nessa época tendo como proprietário
o fazendeiro Coronel Miguel Peba. Dele exigiram uma grande quantia em contos de
réis. Em troca de evitar que os cangaceiros lhe desse alguns prejuízos. Nesse
dia o coronel não estava com a quantia estipulada pelos bandidos. Nessa época
para fazer a quantia que os cangaceiros queriam seria necessário vender uma
boiada.
Depois de
muitas conversas o Coronel Miguel Peba convenceu os cangaceiros e resolveu
entregar uma quantia guardada em sua casa. O dinheiro era uma economia que a
sua esposa estava fazendo num baú.
Sem muitas
conversas João de Banda e alguns cangaceiros receberam o dinheiro do Coronel
Miguel Peba. Mas insatisfeitos com a quantia prometeram voltar. E com ameaças
de botar fogo no gado e até na casa de morada. Nesse dia os cangaceiros
deixaram a fazenda levando também algumas mercadorias.
Em Cabaceiras
na época do cangaço havia grandes fazendas de gados espalhadas por todos os
seus distritos. Onde os cangaceiros assaltavam as pessoas e saqueavam as casas
dos fazendeiros. E quando eles não encontravam nada do seu interesse, porque
nem sempre as pessoas estavam prevenidas, ameaçavam as famílias de mortes e outros
crimes.
Segundo as
histórias contadas na época pela professora aposentada Severina Gomes, depois
da prisão do cangaceiro Antonio Silvino, algumas pessoas tiveram que abandonar
suas terras. Os cangaceiros invadiam as propriedades com ameaças de mortes.
Nesse tempo, muitas pessoas não tinham condições de se defenderem dos bandidos.
Nem podiam apresentar resistência de imediato porque poderiam ser mortas pelos
cangaceiros.
Entretanto,
depois de muitas ameaças alguns fazendeiros se armaram para se defender. Já que
a Justiça era muito demorada. E não chegava a tempo em todos os cantos do
município. O povo do lugar sofria todo tipo de ameaça. Os cangaceiros andavam
muito bem armados e fora das leis. Eles agiam em grupos num só lema: desafiar
um era desafiar a todos.
De acordo com
as histórias contadas por Celso Castro, neto do Coronel Miguel Peba, declarou
que seu avô já foi membro do antigo Conselho Municipal de Campina Grande. Isto
no final da década de 1800. E quando comprou a fazenda Charneca em 1909, se
mudou para Cabaceiras. Mas antes disso, conheceu o cangaceiro Antonio Silvino,
quando o mesmo visitava suas terras no sitio São Pedro, no município de Campina
Grande.
E em 1910,
estando já em Cabaceiras, seu avô também teve boas relações com o cangaceiro.
Somente em 1915, é que o coronel tratou de se armar para defender sua família.
Nessa época o coronel Miguel Peba chegou até mandar um aviso para o cangaceiro
João de Banda. Dizendo ele que da próxima vez que o cangaceiro aparecesse na
fazenda lhe receberia com balas. Juntamente com a sua corja. Sendo assim, esses
cangaceiros não se atreveram em querer mais lhe enfrentar.
Mas, outros
cangaceiros liderados por Antão Godê foram invadir as terras do fazendeiro
Simão Peba, irmão do Coronel Miguel Peba. Lá os cangaceiros roubaram as pessoas
e ainda queimaram a casa e um galpão de algodão. O fazendeiro perdeu tudo que
havia armazenado na fazenda. E antes dos cangaceiros fugirem ainda prometeram
voltar. Como de fato, dias depois os cangaceiros voltaram a atacar a fazenda
Pedra de Fogo.
Neste mesmo
ano 1915, da época do cangaço, Antão Godê e alguns cangaceiros (que faziam
parte do bando de Antonio Silvino) perseguidos pela policia do Estado do Rio
Grande do Norte, se alojaram na região do município de Cabaceiras da Paraíba. E
desta vez, de pouso na fazenda Macambira saíram para extorquir outros
fazendeiros e exigindo deles quantias absurdas.
As histórias narradas aqui foram baseadas nos
depoimentos da Professora Severina Gomes e Celso Castro (neto do Coronel Miguel
Peba) Ambas as pessoas hoje em saudosas memórias.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário