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quinta-feira, 14 de maio de 2020

CABACEIRAS NA ÉPOCA DO CANGAÇO - ANO 1915. OUTROS TEMPOS DO CANGAÇO.



No ano de 1915, os cangaceiros Antão Godê, Serrote e outros voltaram ao município de Cabaceiras da Paraíba, após atacar alguns fazendeiros na região de Campina Grande.Nesse mesmo ano, vários fazendeiros da região foram vítimas de alguns cangaceiros sem regras.

Depois da prisão do cangaceiro Antonio Silvino, alguns cangaceiros liderados por João de Banda, voltaram a atacar no município de Cabaceiras. Nessa ocasião, os cangaceiros extorquiram o fazendeiro Miguel Pereira de Almeida. Mais conhecido na região como Coronel Miguel Peba (ex-prefeito) do município.


Os cangaceiros invadiram a fazenda Charneca de Cabaceiras. Nessa época tendo como proprietário o fazendeiro Coronel Miguel Peba. Dele exigiram uma grande quantia em contos de réis. Em troca de evitar que os cangaceiros lhe desse alguns prejuízos. Nesse dia o coronel não estava com a quantia estipulada pelos bandidos. Nessa época para fazer a quantia que os cangaceiros queriam seria necessário vender uma boiada.

Depois de muitas conversas o Coronel Miguel Peba convenceu os cangaceiros e resolveu entregar uma quantia guardada em sua casa. O dinheiro era uma economia que a sua esposa estava fazendo num baú.


Sem muitas conversas João de Banda e alguns cangaceiros receberam o dinheiro do Coronel Miguel Peba. Mas insatisfeitos com a quantia prometeram voltar. E com ameaças de botar fogo no gado e até na casa de morada. Nesse dia os cangaceiros deixaram a fazenda levando também algumas mercadorias.

Em Cabaceiras na época do cangaço havia grandes fazendas de gados espalhadas por todos os seus distritos. Onde os cangaceiros assaltavam as pessoas e saqueavam as casas dos fazendeiros. E quando eles não encontravam nada do seu interesse, porque nem sempre as pessoas estavam prevenidas, ameaçavam as famílias de mortes e outros crimes.

Segundo as histórias contadas na época pela professora aposentada Severina Gomes, depois da prisão do cangaceiro Antonio Silvino, algumas pessoas tiveram que abandonar suas terras. Os cangaceiros invadiam as propriedades com ameaças de mortes. Nesse tempo, muitas pessoas não tinham condições de se defenderem dos bandidos. Nem podiam apresentar resistência de imediato porque poderiam ser mortas pelos cangaceiros.


Entretanto, depois de muitas ameaças alguns fazendeiros se armaram para se defender. Já que a Justiça era muito demorada. E não chegava a tempo em todos os cantos do município. O povo do lugar sofria todo tipo de ameaça. Os cangaceiros andavam muito bem armados e fora das leis. Eles agiam em grupos num só lema: desafiar um era desafiar a todos.

De acordo com as histórias contadas por Celso Castro, neto do Coronel Miguel Peba, declarou que seu avô já foi membro do antigo Conselho Municipal de Campina Grande. Isto no final da década de 1800. E quando comprou a fazenda Charneca em 1909, se mudou para Cabaceiras. Mas antes disso, conheceu o cangaceiro Antonio Silvino, quando o mesmo visitava suas terras no sitio São Pedro, no município de Campina Grande.


E em 1910, estando já em Cabaceiras, seu avô também teve boas relações com o cangaceiro. Somente em 1915, é que o coronel tratou de se armar para defender sua família. Nessa época o coronel Miguel Peba chegou até mandar um aviso para o cangaceiro João de Banda. Dizendo ele que da próxima vez que o cangaceiro aparecesse na fazenda lhe receberia com balas. Juntamente com a sua corja. Sendo assim, esses cangaceiros não se atreveram em querer mais lhe enfrentar.

Mas, outros cangaceiros liderados por Antão Godê foram invadir as terras do fazendeiro Simão Peba, irmão do Coronel Miguel Peba. Lá os cangaceiros roubaram as pessoas e ainda queimaram a casa e um galpão de algodão. O fazendeiro perdeu tudo que havia armazenado na fazenda. E antes dos cangaceiros fugirem ainda prometeram voltar. Como de fato, dias depois os cangaceiros voltaram a atacar a fazenda Pedra de Fogo.

Neste mesmo ano 1915, da época do cangaço, Antão Godê e alguns cangaceiros (que faziam parte do bando de Antonio Silvino) perseguidos pela policia do Estado do Rio Grande do Norte, se alojaram na região do município de Cabaceiras da Paraíba. E desta vez, de pouso na fazenda Macambira saíram para extorquir outros fazendeiros e exigindo deles quantias absurdas.

As histórias narradas aqui foram baseadas nos depoimentos da Professora Severina Gomes e Celso Castro (neto do Coronel Miguel Peba) Ambas as pessoas hoje em saudosas memórias.


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