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sábado, 14 de novembro de 2020

MARCA

Obra do Robério Santos


Hoje (13 de novembro) foi lançado nacionalmente, pela @bellaeditorasaopaulo, um dos livros que mais tive prazer em ler e acompanhar a construção da obra. Na trama, conheceremos nossa protagonista, Marca Gilberta, cujo apelido é Dete (de Detestável). Ela é uma jovem, filha da aristocracia alagoana, de família influente em uma cidade às margens do São Francisco. Ainda em sua mocidade, foi violada sexualmente e quando tinha cerca de 15 anos, isso tornou a ocorrer. A partir disso, Marca fica obcecada por descobrir quem fez isso com ela. 

Suspeita de praticamente qualquer homem, chegando, inclusive, a matar a sangue frio alguns de seus suspeitos. Pelo fato de ser uma moça rica e instruída, a sociedade não imagina que ela seja a autora dos crimes, mas o delegado Bolero sim. Após dois meses do último estupro e “sem ficar de boi”, ela desconfia de uma possível gravidez. Resolve sair da cidade, ir em direção ao Juazeiro do Norte, mas não antes de fazer mais uma vítima. 

Juazeiro do Norte

A partir de sua jornada atravessando o Nordeste a cavalo, acompanhamos o delegado Bolero em seu rastro, querendo sua cabeça. Prenha e foragida. É a situação de Marca, cavalgando pelo sertão, vivenciando inúmeros perigos, até o lar de Padre Cícero. Queria ela se redimir pelos assassinatos? Quem a estuprou? 

A obra e todo o seu cenário é a síntese das vivências do autor pelo Nordeste, naturalmente repleto de histórias e do imaginário popular. Ambientado na década de 1930, o autor retrata a realidade nordestina da época, sem deixar, é claro, de tecer críticas sociais. Uma história sobre beatificação, sobre a complexidade do povo nordestino, sobre fome, sobre luta. 

Apreciem.

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