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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

A SANTA E O CANGACEIRO.

 João Filho de Paula Pessoa

Santa Irmã Dulce, é a primeira santa brasileira, nascida em 1914 em Salvador/Ba, dedicou sua vida a assistência social, aos podres, aos necessitados e aos desprotegidos da sociedade, era conhecida como o “Anjo bom da Bahia”, faleceu em 1992 aos 77 anos de idade depois de uma vida inteira de bondades. Dos céus curou uma mulher em 2001, que padecia há 18 horas de uma hemorragia após dar a luz, cessando milagrosamente seu sangramento, em 2014 curou a cegueira de um músico na Bahia após 14 anos de escuridão, dentre inúmeros outros milagres pelo Nordeste e Brasil a fora, tendo estes dois milagres reconhecidos oficialmente pela Igreja Católica que a canonizou em 2019 través do Papa Francisco, tornando-a a Santa Irmã Dulce dos Pobres. Em 1939, dentre suas muitas ações e obras de caridade, passou a visitar presídios para levar conforto espiritual, remédios, alimentos e a palavra de Deus aos detentos. Dentre seus muitos dons, ela tocava sanfona e usava o lúdico para evangelizar e confortar os corações através da música. No Presídio Engenho da Conceição/Ba que visitava, tocava sanfona para os presos e um detento em especial se aproximou dela, atraído pela música, tratava-se de Antônio dos Santos, o Volta Seca, cangaceiro de Lampião, que lá cumpria uma pena de mais cem anos de prisão, pelos crimes que cometera. Tendo o gosto musical em comum e o conforto espiritual que santa freira ofertava, Volta Seca e Irmã Dulce, no antagonismo de suas personalidades, conviveram por alguns anos, nas visitas da Santa Freira ao presídio, tendo ela, dentro de suas limitações intercedido por ele até sua soltura em 1952, por um indulto do Presidente Getúlio Vargas. Irmão Dulce foi proibida de visitar o presídio em 1954, por razões até então incompreensíveis e não claras. Certa Vez, em entrevista concedida ao Diário da Noite do Rio de Janeiro na cadeia, Volta Seca declarou: “Há uma figura nobre que tem olhado esse meu caso. É a Irmã Dulce, freira do Círculo dos Operários. É a santa criatura que constantemente intercede por nós aqui na penitenciária. Prometem a ela, mas nada cumprem. O senhor vê que nem a figura dos santos consegue ajeitar a boa vontade dos homens”. João Filho de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce., 04/01/2021.

Assista ao filme deste Conto - https://youtu.be/Yp4_GlHVP44

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