Por Sálvio Siqueira
Em certa época, Mané Moreno com seu pequeno subgrupo, seguem pelos rincões sertanejos e vão com destino à Porto da Folha. Antes, porém, vão a Jaramataia, para descansarem em determinado coito.
O local em que estão é propriedade de Pedro Miguel, senhor que não está nada satisfeito com as aparições desse pequeno grupo de ‘cabras’, pois, já havia chamado a atenção das autoridades. Seo Pedro vai à busca do chefe mor, para comunicar-lhe que Mané Moreno está a abusar da estadia em suas terras. O “Rei dos Cangaceiros” diz para o coiteiro não mais preocupar-se, pois, falaria com o Mané Moreno sobre o caso. Se falou ou não, a verdade é que Mané com seu pequeno grupo, continuam a ‘abusar’ das suas acomodações.
O comandante
Odilon Flor, já sabedor das ‘visitas’ que fazem os cangaceiros ao sítio
Jaramataia, resolve ir lá e ter uma prosa com o senhor Pedro. Nessa conversa o
senhor Pedro revela ao comandante que Mané Moreno e seus ‘cabras’ estão em Poço
da Volta.
Havia, naquela noite, um samba, forró, na sede do sítio Palestina. Lá, dançando, bebendo e farreando muito, estavam Mané Moreno, que se divertia bastante com sua companheira, a cangaceira Áurea, e seus cangaceiros.
O comandante
Odilon Flor, de longe escuta o toque da sanfona, o bater da zabumba e o repicar
do triângulo. Alerta seus homens e vão tomando chegada com cautela... Em pouco
tempo, o comandante distribui seus homens e cerca aquela localidade. A volante
tem tempo de escolher posição e alvos. E é o que faz. O tiroteio começa e os
gritos, palavrões e pedidos de socorro substituem o som da música tocada. O
chefe cangaceiro e sua companheira são os primeiros a tombarem na senda da
escuridão eterna.
A coisa fica
feia e o reboliço é medonho. Ninguém é de ninguém numa hora dessas. Correm para
um lado e para outro, feito barata tonta, enquanto o fogo, tiroteio, toma conta
da noite, numa melodia fúnebre.
Algumas
literaturas, trazem como sendo o terceiro cangaceiro morto nessa investida, o
cabra “Gorgulho”. Há, no entanto, registro que Gorgulho foi baleado, porém,
consegue chegar em casa de amigos, um senhor chamado Lisboa, da família Félix.
Ficando nessa casa até sua total recuperação. Depois, deixa o cangaço e
lasca-se no meio do mundo, até voltar para sua terrinha natal, Salgado do
Melão. Também, alguns livros trazem de como sendo o “Fogo do Poço da Volta”,
ficando esclarecido que o embate deu-se na fazenda “Palestina”. (“LAMPIÃO ALÉM
DA VERSÃO – MENTIRAS E MISTÉRIOS DE ANGICO” – COSTA, Alcino Alves.)
A volante do
comandante Odilon Flor teve êxito total nesse embate.
Adentram na casa e deparam-se com três cadáveres, Mané Moreno, Áurea, sua companheira e Cravo Roxo, um de seus asseclas... numa noite escura, em um forró, nas quebradas do Sertão.
Sálvio
Siqueira -
Fonte Ob. Ct.
http://cariricangaco.blogspot.com/2016/05/a-morte-de-mane-moreno-porsalvio.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Apenas uma informação: Quem faleceu neste combate juntamente com Mané Moreno e sua companheira Áurea, foi o cangaceiro Cravo Roxo, segundo o escritor e pesquisador do cangaço Alcino Alves Costa em seu livro: "Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de Angico".
A legenda foi um equívoco de quem postou esta foto pela primeira vez. O cangaceiro Gorgulho foi ferido no momento do ataque da volante policial, mas conseguiu fugir. Fez tratamento, ficou bom, e posteriormente voltou ao convívio social.
A minha informação sobre a foto dos cangaceiros acima não menospreza de forma alguma o trabalho do pesquisador do cangaço Sálvio Siqueira.
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