By Revista Turismo
Para muitos,
apenas uma história local, mas quando Virgulino Ferreira da Silva, o temido
Lampião, avistou as primeiras terras do sertão do Rio Grande do Norte, vindo da
Paraíba, teve seus planos arruinados e seu destino e do seu bando traçado.
Muitos desconhecem a trilha feita pelo cangaceiro pelo território potiguar, mas
Lampião deixou sua marca por muitas cidades do interior do Estado. A
cultura popular nordestina, que preserva parte da memória do Cangaço é enorme
e, vale a pena fazer uma trilha por esses lugares no interior do RN e conhecer
um pouco da história e suas raízes.
Adendo:
"Conheça também a história contada pelo historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros, sobre Lampião no Rio Grande do Norte.
https://tokdehistoria.com.br/tag/lampiao-no-rio-grande-do-norte-a-historia-da-grande-jornada/ - Clique no link acima: José Mendes Pereira".
A ideia do
cangaceiro era entrar em Mossoró, na época cidade mais rica do oeste potiguar,
em busca das riquezas dos coronéis, sua invasão contou com a ajuda do jagunço
local, Massilon. Mas, a invasão fracassou e o dia 13 de junho de 1927, entrou para a história e o folclore potiguar. A derrota de Lampião foi
registrada por historiadores e pelos poetas em versos de cordel, ressaltando o
heroísmo dos mossoroenses que expulsaram o famoso bando de cangaceiros.
Mas por onde
mais Lampião esteve? Nos dias que antecederam a sua chegada a Mossoró, o bando
cruzou a cavalo um território que se estende por 14 municípios do Rio Grande do
Norte, incluindo Pau-do-Ferros, Major Sales, Luiz Gomes, Marcelino Vieira e
Martins, entre outras cidades, deixando um rastro de violência, medo e várias
histórias que o tempo não apagou da memória dos potiguares.
O eterno rei
do cangaço, temido, odiado e amado por muitos, Lampião circulou por 96 horas
por terras potiguares deixando um rastro de violência, que o tempo não foi e
muito provavelmente não será capaz de apagar. Mas, deixou um legado a ser
explorado, conhecido e divulgado, assim como em outros Estados, conhecer esses
caminhos se tornou fonte de renda fundamental para o turismo local e
desenvolvimento econômico da região.
Nos caminhos
de Lampião
No dia 10 de
junho de 1927, Lampião e seu bando entraram em terras potiguares, cruzando a
divisa dos Estados e se instalando no alto oeste potiguar. Sua trajetória
começou no pé da Serra de Luís Gomes, onde teve abrigo na fazenda que pertencia
a familiares dos cangaceiros Massilon Leite e Pinga-fogo.
A recepção
durou pouco. Quando amanheceu os cangaceiros se embrenharam pela mata.
Galopavam por veredas, saqueavam fazendas e faziam prisioneiros. Onde hoje é o
município de Major Sales, o rastro de terror e feitos heroicos ficaram na
história da cidadezinha, que até hoje lembra na tradicional festa dos caboclos
a invasão. Seguindo para outras cidades do Alto Oeste potiguar, foi em
Marcelino Vieira onde teve o primeiro combate militar contra o cangaceiro no Estado.
Cheia de
histórias, Marcelino Vieira guarda na memória o fim trágico daquele dia em seus
monumentos e nos contos locais, repassando de geração em geração. Nos 14
municípios onde o rei do cangaço passou deixou muitas lembranças, marcos
históricos, objetos perdidos e encontrados com o tempo.
A chegada em
Mossoró
Na terra que
expulsou Lampião, o turista poderá conhecer a trajetória do cangaceiro e seu
bando na cidade, sendo o ponto alto desta viagem os locais da batalha travada a
igreja de São Vicente, casa do ex-prefeito Rodolfo Fernandes, Estação
Ferroviária atual Estação das Artes, antigo Matadouro Público e o cemitério da
cidade, onde se encontra enterrado o cangaceiro Jararaca e o ex-prefeito
Rodolfo Fernandes. Os turistas que tiverem a oportunidade de conhecer a cidade
no mês de junho poderão ainda assistir ao espetáculo ‘chuva de bala no País de
Mossoró’, que irá contribuir para uma melhor compreensão deste fato histórico:
a resistência dos mossoroenses ao ataque de Lampião e seu bando.
Onde ficar nas
outras cidades por onde passou Lampião?
É possível
fazer o mesmo trajeto ficando em Martins ou até mesmo em Páu-dos-Ferros. Será
necessário visitar as cidades de carro para conhecer a história do sertão
potiguar que abrigou e expulsou Virgulino Ferreira da Silva, o temido Lampião,
um período que marcou o início do fim do reinado do capitão do cangaço pelo
sertão nordestino. O tempo que ele levou trilhando pela caatinga, deu tempo
para Mossoró se preparar para o confronto e expulsar de vez o famoso cangaceiro
das terras potiguares.
Nessas cidades
é possível ficar em pousadas confortáveis, provar comidas típicas e conhecer
ainda a arquitetura antiga, que é preservada pelas gerações e conhecer os
cantos locais preservados na memória dos sertanejos.
O Cangaço
O cangaço é
definido como um fenômeno do banditismo brasileiro, ocorrido no nordeste do
país em que os homens com seus chapéus de abas largas, roupas de couro, punhais
e armas de fogo na cintura, vagavam pelas cidades em busca de justiça e
vingança pelo desemprego, alimento e cidadania, causando uma verdadeira
desordem da rotina dos camponeses.
Virgulino
Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião (1897 -1938), foi o cangaceiro
de maior destaque na história. Virgulino Ferreira, companheiro de Maria Bonita,
liderou um bando que confrontou policiais, coronéis e bandos rivais.
Perseguido, Virgulino vulgo Lampião, acabou sendo assassinado em 1938, na
divisa entre os Estados de Alagoas e Sergipe. Com a sua morte, o cangaço perdeu
força. No entanto, entrou para a história do nordeste tendo inclusive passeios
‘Na Rota do Cangaço’, em Alagoas, onde a história do bando de Lampião e Maria
Bonita é contada por guias fantasiados de cangaceiros, que conduzem os
visitantes até a Grota de Angico, ponto do massacre que deu fim ao mais famoso
clã de cangaceiros do país.
Alagoas Rotas
do Cangaço e Morte de Lampião
Para os
turistas que visitam Piranhas, no sertão de Alagoas, têm a oportunidade de
conhecer também a ‘rota do cangaço’, uma trilha em meio à vegetação seca da
caatinga até a Grota do Angico, que fica no Estado vizinho, Sergipe.
Lampião e
Maria Bonita, foram mortos no dia 28 de julho de 1938, na Grota do Angico. A
Rota do Cangaço é uma trilha que explora os últimos passos e o confronto fatal
de Lampião e seu bando de cangaceiros com a volante alagoana. Além da trilha, é
possível ao turista visitar em um só dia o Museu do Sertão e o Centro Histórico
da região.
https://revistaturismo40.com.br/index.php/2021/11/27/turismo-pelos-caminhos-de-lampiao-no-rio-grande-do-norte/
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