POR ARUSHA KELLY
Uma terra de riquezas, convertidas em sua gente, em sua cultura, em seu jeito de ser. Uma terra que tem sertão, e um ser tão de se viver. Ou, seria um tão ser, de se viver? Ah... Nordeste, com seus mistérios, encantos e cantos!!! Terra dos filhos do jangadeiro, do pescador, do vaqueiro, e da rendeira, da marisqueira, da lavadeira da beira do Velho Chico, e tantos outros rios, que singram essas terras amarelas pelo sol, pelo calor, pela seca.
E, para festejarmos todas essas alegorias, que compõem, construindo, o nosso Nordeste, temos os encontros do Cariri Cangaço, promovido pelo querido amigo Manoel Severo. Um filho que honra sua terra, e suas origens. Um filho, como todos nós, que ama o seu legado, e ama, mais que tudo, o seu sangue – o sangue caloroso do nordestino.
No percurso do ano de 2022, iniciamos os festejos em Paulo Afonso, na Bahia. Mas, quero me ater ao segundo encontro de 2022 – Piranhas, em Alagoas. Esse encontro, em si, trouxe um carinho maior, não só ao meu coração, mas aos corações de tantos que participaram dessa festa.
Piranhas, leva a alcunha de “a lapinha do sertão”, e não é à toa. É toda formosa às margens do Rio São Francisco – o Velho Chico. Sua beleza e encantos vão, desde os seus singelos casarios centenários, até a beleza, e imponência, das águas fortes do rio. Tudo é desenhado em uma rica pintura real. Realmente, é de encantar os olhos!
Muitas oportunidades para pesquisas foram disponibilizadas, para que entendermos esse fenômeno, e seus motivos de ocorrer. Pois, como cita Tânia Maria de Souza Cardoso, em Literatura de Cordel sobre o cangaceiro Lampião (2011, p. 02):
O cangaço torna-se, assim, elemento de resistência, ainda que marcada pela ausência de reflexão mais profunda e refinada da parte dos que a ele aderem ou manifestam simpatia: nega-se a partir de um sentimento difuso de injustiça, de descaso, de falta de perspectivas, ou mesmo de indistinção, de incapacidade em reconhecer quem é verdadeiramente o mocinho ou o vilão em uma situação em que o terror e a opressão constituem os únicos meios de administração dos conflitos, seja da parte dos poderes legalmente constituídos, seja por parte dos que se põe à margem da lei.
Quatro dias, de 28 a 31 de julho de 2022, que poderiam ter sido semanas, meses, anos.... Que, acredito, com veemência, não conseguiríamos esgotar os assuntos de tantas conversas, por lá. Outro marco, substancial, foram as amizades. Ah! Isso sim, é o ponto máximo desse encontro. Poder encontrar os principais pesquisadores, os principais autores sobre o cangaço – pessoas que você acompanha, indiretamente, o seu trabalho, olhar para eles, e poder dizer: “muito obrigada, pelo seu trabalho!”, não tem explicação e, muito menos, como mensurar. Os olhos, só brilham, de orgulho e felicidade.
Que venha Serra Talhada-PE, em 11 a 15 de novembro de 2022! Que venham mais alegrias, encantos. Aos amigos, que possamos nos reencontrar e refestejar, o que festejamos em Piranhas-AL. E, como diz o amigo Manoel Severo: “Avante!”
Arusha Kelly Carvalho de Oliveira, Monitora do Grupo de Estudos Cordelista Arievaldo Viana (GECAV-UFC), Fortaleza, Ceara - 20 de agosto de 2022.
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