Autor: José Di Rosa Maria
Solidão, inquilina da alcova,
Que há décadas me tem também servido
Pra chorar o mais íntimo dos desdéns
Que o tempo lembrou-se me ter vivido,
És tão minha que em ti encarno a mãe
Que num sonho fugaz tinha perdido.
Solidão, irmã gêmea da insônia,
Que devora meu sono suplicado,
Tens me visto fingir que sou de ferro
A vagar de espírito escaveirado
Arrastando um vagão de desventuras,
Pelas leis do destino condenado.
Solidão, testemunha da plangência,
Que meus em transe deixam ir
Pelas curvas das rugas, rosto abaixo
Sem lugar definido pra cair,
E meu eu numa teia de equívocos
Sem decerto saber como sair
Fim.
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