Clerisvaldo B. Chagas, 19 de outubro de 2023
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.980
Se já era
prazeroso sabermos sobre o imbuzeiro comum, imagine saber sobre o maior
imbuzeiro do Brasil! Assim como o maior cajueiro do país, o de Pirangi, no Rio
Grande do Norte, ouvimos e vimos pela Internet sobre o imbuzeiro de Betânia,
Pernambuco. O relato também nos encantou com a narração de uma senhora de voz
muito educada e bastante didática. O imbuzeiro é grande e, como o cajueiro de
Pirangi, ao invés de crescer para cima, cresceu para os lados, espalhando-se
por sua área. É menor do que o famoso cajueiro, mas se houver interesse das
autoridades locais, poderá ter fama igual. Segundo o relato da senhora que faz
parte da família longeva testemunha do cajueiro no tempo, a existência da
árvore é calculada pela família em 300 anos e continua produzindo bons frutos.
As contas vêm
desde pessoa da família que viveu mais de 100 anos e já falava do cajueiro que
um antepassado também da mesma idade falava. Desde os tempos mais remotos a
árvore servia de abrigo para viajantes, tais os ciganos. Vale salientar que não
se conhece em outra região do mundo, o imbuzeiro sertanejo nordestino. Os
metidos à besta, chamam imbuzeiro de umbuzeiro (Spondias tuberosa). Ele oferece
sombra aos animais e gente. Dar seus imbus rico em Vitamina “C”, que pode ser
consumido in natura, em forma de doce, de geleia, de sorvete. O imbuzeiro é de
fato a árvore sagrada do Sertão. Nunca vimos falar sobre alguém que tenha
plantado pelo menos um pé dessa árvore nativa. Quando fazem coivaras (fogo
proposital para limpeza do terreno), chamuscam ou matam os imbuzeiros. Um
crime!
Suas raízes
não são tão profundas. Formam tubérculos que acumulam água, acodem o homem na
estiagem e são muito utilizados para se fazer “doce de batata de imbu”. Os
tubérculos são chamados popularmente de “cafofas”. É fácil subir num imbuzeiro
para coletar seus frutos, sua própria formação facilita a tarefa. O imbu, no
lugar onde não existe cooperativa, é vendido nas feiras locais em recipientes
de latas com capacidade de um litro. Principalmente, nos tempos de Semana Santa,
faz-se muito no Sertão a deliciosa “imbuzada”, tão famosa quanto a canjica. Da
nossa parte, agradecemos muito a senhora que narrou sobre o imbuzeiro de
Betânia. Uma também deliciosa narrativa.
Ê, Sertão!....
http://clerisvaldobchagas.blogspot.com/2023/10/imbuzeiro-de-betania-clerisvaldo-b.html
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