Por Helton Araújo
Em 1941, já
anistiado, Manoel Pereira de Azevedo, o agora ex-cangaceiro Juriti, decide
retornar ao sertão sergipano. Ali ele pretendia rever pessoas e fazer algumas
cobranças.
Mal ele sabia
que seu fim estava próximo, a notícia da chegada de Juriti na região chega logo
aos ouvidos de Amâncio Ferreira da Silva, o temido Sargento Deluz.
Juriti estava
na casa do seu amigo Rosalvo Marinho, acreditava que sua anistia o protegeria
de qualquer represália com relação a polícia. Triste engano, Deluz acompanhado
de alguns homens, cercam o local.
Deluz assim
falou : “Mais qui surpresa! Nunca pensei qui Juriti fosse um pásso tom manso,
tom faci de ser agarrado. Teje preso cabra. Eu num quero cangaceiro perto de
mim não"
O
ex-cangaceiro questiona a ação, queria prevalecesse sua anistia, mesmo diante
de um Deluz irredutível.
Juriti se
recompõe da surpresa e desafia Deluz, dizendo: “Deluz, você é covardi. Eu sei
quem você é. Um covardi. Mostri qui é homi e mi sorte. Só assim você vai ficar
sabeno quem sou eu. Vamu, mi sorti, covardi. Você é um covardi”. Amarrado a uma
corda, Deluz transporta Juriti na direção de Canindé.
Ao chegar a
uma localidade chamada Roça da Velhinha, nas proximidades da fazenda Cuiabá, o
sargento, friamente, ordena que se faça uma fogueira e quando as labaredas
começam a lamber a caatinga e torrar a mataria e o chão daquele triste cenário
da vida sertaneja, Juriti é jogado, sem dó e sem piedade no meio do fogaréu. Em
poucos minutos o corpo do antigo cangaceiro havia se transformado em um monte
de cinzas. Ficando, por várias décadas, como testemunha daquele medonho momento
os botões da braguilha da calça de Juriti, além do negrume deixado pelo fogo no
local do monstruoso assassinato do antigo Manoel Pereira de Azevedo, do Salgado
do Melão.
Vale lembrar
que por coincidência, Juriti foi um dos cangaceiros que participaram da morte
de Zé Vaqueiro ( aquele do caso do cangaceiro Novo Tempo ), esse homem foi
torturado de todas as formas e também foi queimado em uma fogueira ainda com
vida.
Foto :
Benjamin Abrahão Calil Botto
Edição Arquivo
Digital Helton Araújo
Partes do
texto : Alcino Alves Costa
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da história?
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