Por Valdir José Nogueira
Assim declarou
o belmontense “Sinhozinho Alencar” durante entrevista que o mesmo concedeu ao
“Diário de Pernambuco”, e que foi publicada na edição de número 00106, que
circulou no Domingo, 10 de maio de 1959, pág. 31:
“COM O DEDO NO
GATILHO:
A volante comandada
pelo sargento Alencar corta rios e caatingas, no rastro do bandoleiro.
Lampião, segue
para a Vila de Nazaré, distrito de Floresta. Vai assistir o casamento de uma
prima.
Terminada a
cerimônia, ao ter início o baile de homenagem aos noivos, começa o tiroteio. Os
cabras avistaram os soldados.
Lampião
oculta-se numa casa da vila, e dali, com gritos insultuosos, dirige à reação.
Portas e janelas se fecham e o fuzilar das balas é impressionante.
O sargento
Alencar, avança debaixo do fogo, indo esconder-se no oitão do casebre. Desafia
Virgulino a lutar em campo aberto. Escuta então quando o bandido grita:
- Vou pular
pro meio da rua prá brigar, almofadinha, pras moças ver!
O sargento
Alencar aguarda, com o dedo no gatilho. Vê Lampião como um gato, pular a janela
e cair em frente da casa. Exatamente atrás, o olho na pontaria visa as costas
de Virgulino. Vai atirar. Puxa o gatilho, e a arma nega fogo. O cartucho
falhou.
Lampião sente
o perigo. Pula novamente para dentro da casa. E logo mais, abrindo violentamente
a porta dos fundos, precipita-se de rua afora. Corre a toda velocidade. O cano
do fuzil voltado para a retaguarda. Atirando sem parar.
O sargento
Alencar faz nova pontaria. A mira, nas costas do bandoleiro. Puxa o gatilho
mais uma vez. E a arma falha novamente.
- A vida de
Lampião esteve nas minhas mãos. Mas o destino não quis que eu o matasse.”
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