Epitácio de Andrade Filho
Diferente do
que afirma alguns autores, a origem do nome Patu não deriva do termo
“Paatu(Terra alta, planalto, serra sonora, do estrondo), provém sim de Pati
(Palmeira do coco-catolé). Essa assertiva é corroborada por pesquisadores
indigenistas. Existem em Estados do Nordeste setentrional pelo menos, três
localidades com a toponímia Patu: o município do médio-oeste potiguar, que
sedia o Santuário do Lima, onde no cume da serra ainda são encontrados muitos
exemplares dessa planta e seu fruto (o coco-catolé) é comercializado em formato
de rosário;
A origem do
nome da cidade de Catolé do Rocha, na Paraíba, está relacionada à outrora
abundância dessas palmeiras em seu território. Esse fato faz com que Patu e
Catolé do Rocha sejam consideradas cidades coirmãs etimologicamente.
Nossa “A Saga
dos Limões”, lançada em 2011 e no mesmo ano esgotada, foi a primeira obra
publicada a apresentar essa nova informação acerca da origem linguística das
toponímias Patu/Catolé.
A esse
respeito está descrito no livro: “No Santuário Ecológico do Lima se encontra
uma das últimas reservas da palmeira do coco-catolé, que segundo o pesquisador
Aucides Bezerra de Sales, a árvore se chama ‘pati’, de onde vem o nome Patu.
No Lima se
evidencia o recurso semiótico que une os dois principais cenários do cangaço
dos Brilhantes com os Limões: a palmeira que deu origem ao nome Patu e seu
fruto, o coco Catolé”.
No Brejo
paraibano, existe o Patu, afluente do rio Paraíba, e com mesmo nome, uma
comunidade rural no município de Cajá/Caldas Brandão.
Em Senador
Pompeu, no Estado do Ceará, um afluente do rio Jaguaribe é denominado Patu, que
também nomeia comunidade, onde existiu um campo de concentração para flagelados
da seca de 1932, que foi retratado no filme “Currais”(2019), de Sabina Colares e
David Aguiar. O que tem em comum essas localidades é a antiga exuberância da
palmeira Pati, que justifica a origem etimológica da palavra Patu a partir do
nome em tupi dessa planta.
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