Cruz/CE. O município tem na castanha de caju a sua principal atividade econômica da região. A grande expectativa dos cajucultores era de uma boa safra, haja vista que no ano passado a produção de castanha ficou muito aquém do esperado, embora o preço tenha sido satisfatório chegando aos R$ 3,00 o quilo da castanha in natura, no mês de maio deste ano.
Quem armazenou a produção conseguiu bom preço. Para este ano, os plantadores esperavam uma boa safra, mas foram surpreendidos com uma produção variada, em uns cantos e outros não. As castanhas não se desenvolveram e o caju ficou miúdo. Atualmente, está sendo comercializada ao preço de R$ 1,20 o quilo, conforme nos informou o Sr. João Josino, o maior comprador de castanha da região. O agricultor Vilson Muniz de Sousa, da Comunidade de Frei Jorge, disse que além de não colher uma boa safra, a castanha é muito pequena, uma lagarta verde está atacando as folhas, que as castanhas e os cajus estão sendo furados por uma broca.
Os cajucultores do município vizinho, Jijoca de Jericoacoara nos informaram que as plantações foram atacadas por um inseto que produz uma espécie de “mel” que destrói as inflorescências do caju. Muitas flores secam antes da formação dos frutos enquanto outros são formados, mas, secam e caem pequenos, na forma maturi, nome que os agricultores dão às castanhas em inicio de formação.
Os compradores de caju estão pagando R$ 4,00 pela caixa. No ano passado, chegaram a pagar até R$ 6,00. Em algumas regiões, a safra não será tão ruim, mas há quem afirme que este ano vai colher menos que no ano passado. Os cajueiros floraram muito, mas não estão produzindo caju. Quem investiu nos tratos culturais reclama, pois, dificilmente a safra irá cobrir as despesas feitas.
Outros resolveram não fazer a limpeza dos cajueiros e pretendem colher mesmo dentro do matagal. Alguns técnicos atribuem o fenômeno às altas temperaturas que secam as flores antes de fecundar, outros atribuem a queima das flores ao frio que está acontecendo nas madrugadas. O certo é que todos irão ter que se contentarem com uma safra reduzida. Só resta esperar para ver se o preço da castanha vai ser compensador. No ano passado, quem recorreu ao crédito para colheita da safra de castanha ficou endividado e teve que renegociar a dívida junto ao banco credor. Este ano, o banco foi mais cauteloso e pouca gente conseguiu um empréstimo. O custeio agrícola é pago em uma única parcela. Quando a safra de castanha não é boa abala a economia da região e muitos produtores ficam endividados, pois como não há alternativa de renda, o jeito é esperar por uma nova safra no ano seguinte para saldarem os seus débitos.
Enviado por: Dr. Lima - Cruz - CE
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Dr. Lima/CRUZ/CE
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