Por: Geraldo Maia do Nascimento
O mais antigo registro que
existe sobre a Praia de Tibau data de dezembro de 1810 e foi feito pelo inglês
Henry Koster no seu livro “Travels in Brazil”, que foi publicado em Londres em
1916. Esse livro foi traduzido para o português pelo historiador Luís da Câmara
Cascudo em 1942, com o título “Viagens ao Nordeste do Brasil”.
Henry
Koster era um inglês nascido em Portugal que vivia, desde dezembro de 1809, em
Pernambuco. Tuberculoso, fugiu do inverno europeu e veio a se instalar em Itamaracá,
onde possuía um engenho. Lá ele era conhecido por Henrique da Costa.
Em
1810 Koster realizou uma jornada fabulosa, de Recife a Fortaleza, ida e volta,
a cavalo, varando o interior, olhando tudo e tudo registrando com clareza e
verdade. É o primeiro e melhor depoimento sociológico e etnográfico da região.
Diz Koster em seu registro: “A volta do meio dia, passamos perto de uma
choupana onde residia o vaqueiro de uma fazenda e imediatamente deparamos o
monte de areia, chamado Tibau, junto do qual se vê o mar”. E mais adiante:
“Paramos para descansar ao meio dia numa pobre choça, erguida no alto da duna
pelos moradores da fazenda e servindo para preparar o pescado. Tinham-na
construído bem no cima, por estar completamente exposta ao vento. A descida
para o mar era rápida, mas não perigosa, e a frouxidão do areial prevenia
contra qualquer possibilidade do cavalo escorregar e rolar até em baixo”.
Mas
o que significa o vocábulo Tibau? Luís da Câmara Cascudo, na tradução do
“Viagens ao Nordeste do Brasil” recorda Teodoro Sampaio, o autor do “Tupi da
Geografia Nacional” TIBAU, TIPÃO – Entre duas águas. Em uma Acta Diurna, de
maio de 1942, sobre “Praias do Rio Grande do Norte” o mestre Cascudo sugere que
Tibau viria do TI-PAUM: “entre duas águas, entre dois rios”. Seria a
localização do Tibau entre os rios Mossoró e Jaguaribe.
O
Dr. Carl Friedr. Phil. Von Martius no seu “Glossaria Linguarum Brasiliensium”.
Erlangen, 1863, definiu Tibau:TIBÃO, TIBAU (RGN, Serra, Povoação) Itic,
derribar, pabe tudo. Sylva tota caesa.
TIBÃO
Baixa mar, recessus maris TIM extremo, pabe todo. Aliis tupy extremo, opào
acabou. Aliis tupy fundo, pabe de todo. Essa informação é do historiador Luís
da Câmara Cascudo e foi registrada por José Lacerda Alves Felipe e Vingt-un
Rosado Maia no livro “Tibau, Espaço e Tempo (Coleção Mossoroense, Série “C” –
Volume 1215 – Março de 2002 – 3ª Edição – pag. 39). Para Cascudo, Martius se
inspirou em Frei Onofre. O Dicionário Português Brasiliano é de 1795, na sua
primeira edição, mas a edição completa, com a identificação do nome do autor,
foi feita por Plínio Airosa, que publicou também o Dicionário Brasiliense
Português. Para Frei Onofre, Tibau significa “baixa-mar”.
O
desenvolvimento de Tibau foi bastante lento. A região foi descoberta pelo
navegador holandês Gideon Morris de Jorge em fevereiro de 1641. Após constatar
a existência de salinas do Rio IWIPANIM (hoje, rio Mossoró) e maravilhado com a
variedade de areias, observadas através de uma luneta, chamou pela cor que
predominava: Morro Vermelho. Em 5 de julho de 1708 foi dado um importante passo
para a exploração e povoação do território. Foi nesse dia que Gonçalo da Costa
Faleiro recebeu das mãos do Capitão-Mor do Rio Grande do Norte, Sebastião Nunes
Colares, uma sesmaria compreendendo vasta extensão de terra a partir do Morro
do Tibau. Com relação ao desenvolvimento da região, em 23 de dezembro de 1948,
pela Lei número 146, o povoado chegou a condição de distrito. Mas a autonomia
política só chegou muito tempo depois: exatamente no dia 21 de dezembro de
1995, pela Lei número 6.840, Tibau foi desmembrado de Grossos, tornando-se um
novo município do Rio Grande do Norte.
Hoje
o município conta com uma população projetada de 4.000 habitantes, distribuídos
numa área de 169 Km2. Mas no período de dezembro a fevereiro de cada ano, a
cidade se enche de veranistas, principalmente de mossoroenses que elegeram
Tibau como o seu paraíso.
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Autor:
Jornalista
Geraldo Maia do Nascimento
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