Se a Torre
Eiffel tem sido um dos ícones parisienses mais fotografados daquela cidade, em
Mossoró, a Praça Vigário Antonio Joaquim foi um dos espaços preferidos pelas
lentes dos fotógrafos locais, em especial, o Sr. Manuelito Pereira
(1910-1980). Esta foto, assim como esta
anteriormente postada, foi feita do mesmo ângulo, com a diferença, que
nesta, o fotógrafo priorizou a vista áerea, à direita, da praça.
Destacam-se as
seguintes edificações na foto: 1) primeiro plano, do início da R. 30 de Setembro,
o casarão do meio de dois pavimentos, onde funcionava o Studio Fotográfico de
Manuelito Pereira, e a Sociedade Beneficiente União dos Artistas, fundada em
14/09/1919. Ao lado direito, após a estreita passsagem, tipo um beco, uma casa
comercial intitulada Casa das Tintas. Na parte posterior, vê-se a torre da
empresa de energia elétrica, Comensa, e por fim, na extrema direita, ao fundo,
são vistos, parcialmente, um pequeno trecho do rio Mossoró e sobre ele, a Ponte
Jerônimo Rosado, inaugurada em 1944. Na rua paralela à praça, pelo lado
direito, no sentido oeste/leste, a chamada Rua do Triunfo,
destacam-se parte do palacete de Delfino Freire e a Casa Episcopal, que
depois passou a ser a sede da Rádio Rural, inaugurada em 1963, cujo imóvel foi
doado à Diocese pelo Cel. Miguel
Faustino do Monte.
Tomislav R. Femenick
Esta
fotografia começa a apresentar uma cidade com novas características estéticas,
a arborização, cuja explicação fui encontrar neste excelente artigo de Tomislav R. Femenick, sobre a
administração municipal do Padre Mota, o JK Potiguar, que a seguir transcrevo
pequeno trecho do artigo:
"Entre
1936 e 1940 Padre Mota mandou plantar 1.000 árvores; de 1941 a 1945, mais 500.
Todas as mudas que não cresciam por qualquer motivo, eram substituídas por
novas. Sempre havia 1.500 pés de “Fícus Benjamim” em Mossoró. Sua grande copa
de folha verde escuro amenizava o calor irradiado do sol, que a cidade recebe
constantemente. As ruas, já pavimentadas, com uma ou várias camadas de argila e
pedra, já não permitiam que o vento nordeste levantasse a poeira do chão e
desse uma cor de cinza às fachadas das residências e casas comerciais. A cidade
ficou mais acolhedora e humana. Mesmo nos períodos de secas, o verde da fronde
dos fícus permanecia e se destacava do imenso pardavasco em que a região se
transformava. Segundo Cascudo, o “Padre Mestre venceu a poeira empedrando as
vias [públicas]. Só não venceu o calor, mas plantou pés de fícus para cobrir de
sombra doce a face candente das ruas”.
Apenas não
compreendo um detalhe: para um administrador que tanto fêz pela cidade, porque
somente existe uma pequena rua que leva o seu nome? Talvez, a resposta seja
simples, nós, brasileiros, parece que gostamos de "honrar" aqueles
que não merecem: os corruptos.
Citarmos as
fontes é dar credibilidade ao que escrevemos, Télescope. Fontes de referência: BRITO,
Raimundo Soares de. Ruas e Patronos de Mossoró (Dicionário), Vols I e II,
Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado,
setembro de 2003; CASCUDO, Luís da Câmara. Notas e
Documentos para a História de Mossoró, Coleção O Mossoroense, Fundação Vingt-un Rosado, 4a. Edição, maio de
2001; COSTA, Josafá Inácio da. Memorial do Seminário de Mossoró-RN, Edição
DSLM, 2004; Fotografias de Manuelito Pereira (1910-1980); Fonte dos
arquivos fotográficos P&B
http://telescope.blog.uol.com.br/arch2010-01-01_2010-01-31.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Mendes amigo: Observo que sua MOSSORÓ, mesmo em tempos idos - há dezenas de anos -, os gestores, e mesmo os habitantes já tinham gosto pelo belo. Veja esta antiga praça, com seus bonitos casarios. Paarabéns Mossoró pela sua história.
ResponderExcluirAbraços,
Antonio José de Oliveira - Povoado Bela Vista -Serrinha-Ba