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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Perfis econômicos de Mossoró - Final - 20 de Janeiro de 2014

Por Geraldo Maia do Nascimento


Nos artigos anteriores descrevemos os quatro primeiros perfis que foram o de especialização pecuarista (1772-1857), o de especialização empório comercial (1857-1930), o da salicultura e da agroindústria (1930-1970) e o de prestadora de serviço dentro de uma política estatal intervencionista (1970). Hoje trataremos do quinto e último perfil que é o de prestadora de serviços dentro de uma política estatal neoliberal.

O modelo de intervencionismo estatal que se destacou na década de 70 pela implantação de instrumentos de planejamento e gestão de bens e serviços públicos entra em crise na década de 80. A partir daí, a ação estatal aponta para uma reestruturação econômico-tecnológica associada aos fenômenos da globalização e a flexibilização nas cadeias produtivas, derivadas de uma nova visão de mercado.

Em Mossoró ocorre a modernização produtiva do setor primário, quando se deu o desenvolvimento da agricultura irrigada na região do vale dos rios Mossoró e Assú, transformando-os em polos fruticultores de repercussão não só nacional como também internacional. E essa irrigação se desenvolveu através de inserção tecnológica custeada pela iniciativa privada, com o apoio do Governo do Estado, que financiou a infraestrutura de irrigação e a construção de grandes barragens. Dessa forma, no Polo Assú-Mossoró se realizou um dos processos de modernização mais intensos do Estado e do País. Suas empresas privadas captaram investimentos maciços através da ação do BNB em parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. E Mossoró se transforma num polo de destaque na produção de frutas tropicais, sendo o maior produtor de melão do país, comercializando diretamente para os Estados Unidos e a Comunidade Econômica Europeia.

Um fator que foi extremamente positivo nesse processo foi o da chamada “produção integrada”. Esse processo se deu entre as grandes empresas, as integradoras, e as pequenas e médias empresas, as integradas. E acontecia da seguinte forma: a empresa integradora oferecia acompanhamento no ato do plantio e colheita, insumos ao preço de custo, assistência técnica e até serviços de tratores. E as integradas se responsabilizavam pelas etapas de colheita, classificação e acondicionamento, e recebiam da empresa integradora uma percentagem do valor da colheita. O processo funcionou como uma espécie de reforma agrária privada, pois afinal de contas, a redução do papel intervencionista do setor público brasileiro acabou por delegar ao setor privado a responsabilidade de garantir o desenvolvimento econômico de sua região.

Na década de 90 ocorreu também a proliferação de armazéns de sal, moageiras e estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços ligados as atividades petroleira e fruticultora ao longo da BR-304. Em direção a Fortaleza, predominam aquelas ligadas a salicultura e a fruticultura irrigada. E em direção a Natal, ocorrem aquelas ligadas a atividade petroleira.

O fato é que esse perfil econômico, que se iniciou na década de 1980, se consolidou na década de 1990, com a salicultura, a fruticultura irrigada e a exploração de petróleo, dinamizaram significativamente o setor terciário de Mossoró até os dias atuais.

Dessa forma concluímos a nossa viagem pela história econômica de Mossoró, desde 1772, quando surgiu o povoamento, até os dias atuais. Esses perfis moldaram a Mossoró que temos hoje.

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Fonte: Blog do Gemaia
http://www.blogdogemaia.com

Autor:
Geraldo Maia do Nascimento

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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