Por Geraldo Maia do Nascimento
Nos
artigos anteriores descrevemos os quatro primeiros perfis que foram o de
especialização pecuarista (1772-1857), o de especialização empório comercial
(1857-1930), o da salicultura e da agroindústria (1930-1970) e o de prestadora
de serviço dentro de uma política estatal intervencionista (1970). Hoje
trataremos do quinto e último perfil que é o de prestadora de serviços dentro
de uma política estatal neoliberal.
O
modelo de intervencionismo estatal que se destacou na década de 70 pela
implantação de instrumentos de planejamento e gestão de bens e serviços
públicos entra em crise na década de 80. A partir daí, a ação estatal aponta
para uma reestruturação econômico-tecnológica associada aos fenômenos da
globalização e a flexibilização nas cadeias produtivas, derivadas de uma nova
visão de mercado.
Em
Mossoró ocorre a modernização produtiva do setor primário, quando se deu o
desenvolvimento da agricultura irrigada na região do vale dos rios Mossoró e
Assú, transformando-os em polos fruticultores de repercussão não só nacional
como também internacional. E essa irrigação se desenvolveu através de inserção
tecnológica custeada pela iniciativa privada, com o apoio do Governo do Estado,
que financiou a infraestrutura de irrigação e a construção de grandes
barragens. Dessa forma, no Polo Assú-Mossoró se realizou um dos processos de
modernização mais intensos do Estado e do País. Suas empresas privadas captaram
investimentos maciços através da ação do BNB em parceria com o Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão. E Mossoró se transforma num polo de destaque
na produção de frutas tropicais, sendo o maior produtor de melão do país,
comercializando diretamente para os Estados Unidos e a Comunidade Econômica
Europeia.
Um
fator que foi extremamente positivo nesse processo foi o da chamada “produção
integrada”. Esse processo se deu entre as grandes empresas, as integradoras, e
as pequenas e médias empresas, as integradas. E acontecia da seguinte forma: a
empresa integradora oferecia acompanhamento no ato do plantio e colheita,
insumos ao preço de custo, assistência técnica e até serviços de tratores. E as
integradas se responsabilizavam pelas etapas de colheita, classificação e
acondicionamento, e recebiam da empresa integradora uma percentagem do valor da
colheita. O processo funcionou como uma espécie de reforma agrária privada,
pois afinal de contas, a redução do papel intervencionista do setor público
brasileiro acabou por delegar ao setor privado a responsabilidade de garantir o
desenvolvimento econômico de sua região.
Na
década de 90 ocorreu também a proliferação de armazéns de sal, moageiras e
estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços ligados as atividades
petroleira e fruticultora ao longo da BR-304. Em direção a Fortaleza,
predominam aquelas ligadas a salicultura e a fruticultura irrigada. E em
direção a Natal, ocorrem aquelas ligadas a atividade petroleira.
O
fato é que esse perfil econômico, que se iniciou na década de 1980, se
consolidou na década de 1990, com a salicultura, a fruticultura irrigada e a
exploração de petróleo, dinamizaram significativamente o setor terciário de
Mossoró até os dias atuais.
Dessa
forma concluímos a nossa viagem pela história econômica de Mossoró, desde 1772,
quando surgiu o povoamento, até os dias atuais. Esses perfis moldaram a Mossoró
que temos hoje.
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Fonte: Blog
do Gemaia
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Autor:
Geraldo Maia do Nascimento
Geraldo Maia do Nascimento
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