Publicado em 02/07/2014 por Rostand Medeiros
Este é Gavrilo
Princip, que em 28 de junho de 1914 disparou os tiros que mataram o arquiduque
Franz Ferdinand da Áustria e sua esposa Sophie, durante uma visita à capital
bósnia de Sarajevo
HÁ 100 ANOS
ELE DISPAROU OS TIROS FATAIS QUE PROVOCARAM A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Baseado no
texto de Aida Cerzek, da Associated Press / Fotos - AP
Photo/Historical Archives Sarajevo.
Passado um
século ainda existe muita controvérsia sobre a figura Gavrilo Princip, um
nacionalista sérvio de 19 anos, que matou a tiros o arquiduque Franz Ferdinand,
herdeiro do império Austro-húngaro, e sua esposa Sophie, Duquesa de Hohenber, e
com isso iniciou a Primeira Guerra Mundial.
Uma imagem de
arquivo do dia 28 de junho de 1914 onde mostra o arquiduque Franz Ferdinand,
herdeiro do trono do Império Austro-húngaro, e sua esposa, deixando a
prefeitura pouco antes de seu assassinato em Sarajevo. A cidade estava
ensolarada e em clima de festa pela visita do arquiduque austríaco.
Logo após o
ato de Gavrilo, o Império Austro-húngaro acusou o governo Sérvio de estar por
trás do assassinato. Apoiado pela Alemanha, a Áustria-hungria atacou a Sérvia,
mas seus aliados, o Império Russo e a França, entraram em sua defesa. Logo a
Grã-Bretanha e o seu ainda grande e unido império se juntaram à luta. Em 1917
os Estados Unidos também entram no conflito.
Pouco antes da
saída do carro levando os nobres austro-húngaros
Quando a
matança em massa, conhecida na época como a Grande Guerra, terminou em 1918,
havia ceifado cerca de 14 milhões de vidas – sendo 5 milhões de civis e 9
milhões de soldados, marinheiros e aviadores – e deixou mais de 7 milhões de
inválidos.
Um suspeito,
segundo a direita, é capturado pela polícia em Sarajevo logo após os disparos
que assassinaram os nobres
Após o
assassinato do príncipe e de sua esposa, Gavrilo Princip foi imediatamente
preso e morreu na prisão meses antes do fim da guerra.
Os nobres
austro-húngaros em seus respectivos caixões
O fato
aconteceu no dia 28 de junho, em Sarajevo, nos Balcãs, aonde o triste legado de
Gavrilo vem sendo utilizado para atender determinadas agendas políticas, em uma
região onde existem fumegantes rivalidades étnicas e religiosas.
A primeira
pistola na foto, de cima para baixo, é um modelo F.N. 1910, calibre 9 mm Curto
(9X17), mais conhecido como 380 ACP. Essa arma possui o número de série 19074 e
foi a que chegou às mãos de Gavrilo Princip, o autor dos disparos. Considerada
perdida durante décadas, foi recuperada em 2004 e está exposta no
Militärhistorisches Museum, em Viena, na Áustria. As outras duas armas
eram utilizadas pelos seus cúmplices. Pelo envolvimento das pistolas F. N.
neste crime, eles ficaram popularmente conhecidas como “Mata Duque”.
Com o
centenário do assassinato as velhas posições entrincheiradas estão ressurgindo
e o jovem atirador vai continuar a ser um herói para alguns, ou um sórdido
terrorista para outros.
Como os assassinatos em Sarajevo repercutiram no jornal “A República”, o
principal do Rio Grande do Norte em 1914. Percebam que a notícia sequer foi
publicada na 1ª página, mas este fato ocorreu em praticamente toda imprensa
brasileira, que só compreenderam a verdadeira dimensão e significado dos fatos
em Sarajevo dias após o ocorrido
Naquela complicada parte do mundo o que existe em relação ao assassinato do nobre casal é mais uma questão de sentimentos em relação ao que ele fez, onde pouco entra os argumentos históricos sérios e isentos. Tanto que nos livros de história sérvios o assassinato perpetrado por Princip e seus companheiros é descrito em mais de 20 páginas, com o título de “O grande ato de libertação”.
Também no
Militärhistorisches Museum de Viena se encontra preservado o veículo no qual os
nobre foram assassinados.
Para os
sérvios cristãos ortodoxos, Princip deve ser celebrado como alguém que viu a
atual República da Bósnia e Herzegovina como sendo parte do território nacional
sérvio. Quando a Iugoslávia se desfez em 1992, a mesma ideia inspirou os
sérvios a entrarem em luta contra a decisão dos bósnios muçulmanos e croatas
católicos de se declararem independentes. O resultado foi uma sangrenta guerra
civil, com fortes contornos étnicos, em pleno limiar do século XX.
Cidadãos
atravessam a rua em frente ao marco histórico onde herdeiro Austro-Húngaro ao
trono, o arquiduque Franz Ferdinand e sua esposa Sophie foram assassinados em
28 de junho de 1914.
Um moderno e
barulhento grupo de rock bósnio já escreveu uma canção sobre a manhã de sol em
1914, quando, de acordo com suas letras, Princip tornou-se um “herói para
alguns, um criminoso para outros, enquanto, provavelmente, a sua alma ainda
está vagando, em algum lugar no meio”.
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Museum, Primeira Guerra
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Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros
http://tokdehistoria.com.br/2014/07/02/gavrilo-princip-heroi-ou-terrorista/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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