Publicado em 09/09/2014 por Rostand Medeiros
O
primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, anunciou nesta terça-feira
(9/9/2014) que uma das duas embarcações que integraram uma expedição no Ártico,
em 1845, foi encontrada.
John-Franklin-Expedition-1845-Nordwestpassage-Erebus-and-Terror. Erebus and Terror – 1845
Embarcação fez parte da expedição de Sir John Franklin no Ártico, em 1845
O britânico Sir John Franklin liderou dois navios e
129 homens para mapear a Passagem do Noroeste, no Ártico Canadense. As
embarcações desapareceram durante a operação. Mais de cinquenta missões de
resgate foram organizadas entre os anos 1848 e 1859, sem sucesso.
O
primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, durante o anúncio da
descoberta de um dos navios da expedição de Sir John Franklin, desaparecido há
mais de 160 anos – Chris Wattie/Reuters.
Em 2008, o
governo canadense começou a procurar pelos navios, como parte de uma estratégia
para assegurar a soberania do país sobre a passagem, informou a rede britânica
BBC. O descongelamento das calotas polares nos últimos anos tornou a região
acessível para a navegação. Imagens de sonar feitas nas águas do Estreito de
Victoria mostram os destroços do navio. O primeiro-ministro canadense afirmou
que a descoberta abre caminho para que a segunda embarcação também seja
encontrada, ajudando a esclarecer o que aconteceu com a expedição.
Gravura datada
de 1847 retrata os tripulantes da expedição de Sir John Franklin no Ártico –
Hulton Archive/Getty Images
A descoberta é
considerada um dos principais ganhos para a arqueologia marítima na história.
Para o arqueólogo britânico William Battersby, especialista na expedição de
Franklin, o achado é “uma das maiores descobertas do mundo desde a abertura da
tumba do faraó egípcio Tutancâmon, há mais de 100 anos”. “Pelas imagens, está
claro que muitas evidências da expedição foram preservadas, possivelmente
incluindo os restos mortais da tripulação e, talvez, algumas fotografias”,
acrescentou.
O explorador
britânico Sir John Franklin é retratado em uma gravura de 1810 – Hulton
Archive/Getty Images
Contos sobre
os navios, batizados de HMS Erebus e HMS Terror, vinham alimentando o
imaginário de gerações. Especialistas acreditam que os navios ficaram presos no
gelo, forçando os exploradores a buscar ajuda pelo Ártico. Relatos de povos que
habitavam a região dão conta de que os homens, em um ato desesperado por
comida, teriam recorrido ao canibalismo para tentar sobreviver.
Cartaz
produzido na época do desaparecimento, com uma recompensa de 100.000 dólares,
uma verdadeira fortuna.
A mulher de
Franklin, confiante de que encontraria o marido vivo, financiou uma operação de
busca com cinco barcos que chegaram a lançar alimentos enlatados no gelo. Mais
de um século depois, nos anos 1980, três corpos que seriam de tripulantes foram
encontrados na região com uma alta quantidade de chumbo, o que levou as pessoas
a acreditarem que eles poderiam ter sido contaminados por um vazamento de
chumbo das latas. Contudo, pesquisas mais recentes apontaram que os enlatados
não eram ácidos o suficiente para matar os tripulantes, sugerindo que o chumbo
pode ter saído dos encanamentos das embarcações.
O
primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, ouve um especialista explicando a
descoberta de um dos navios da expedição de Sir John Franklin, desaparecido há
mais de 160 anos – Chris Wattie/Reuters
Fonte – http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/canada-encontra-barco-desaparecido-ha-mais-de-160-anos
Extraído do blog Tok de História do historiógrafo e pesquisador do cangaço Rostand Medeiros.
http://tokdehistoria.com.br/2014/09/09/navio-desaparecido-no-artico-ha-160-anos-e-encontrado/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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