Por: Jorge Remígio
O preconceito
que existe em relação à polícia é secular. Entre outros fatores, um órgão de
repressão só em determinados momentos tem a compreensão e aceitação do público.
Seria um erro crasso, admitir que não houve excessos por parte de policiais
volantes e até de alguns comandantes no combate ao banditismo rural,
principalmente nas décadas de vinte e trinta.
O que me deixa
estarrecido é ver pessoas estudiosas, escritores e aficionados do estudo do
cangaço que desconhecem o papel relevante de homens aguerridos e intrépidos que
embrenharam-se nos emaranhados garranchos e espinhos das caatingas do
semi-árido na perseguição quase que ininterrupta aos bandoleiros, sofrendo
todas as intempéries da natureza, como chuvas, sol abrasador, dormindo ao
relento, passando fome e sede muitas vezes, adoecendo, ferindo-se em espinhos,
deixando de ver a família por vários meses, recebendo um soldo insignificante,
correndo o risco de morrer em combate a qualquer momento entre outras coisas
nefastas inerentes à missão.
Comento isso
porque sei que muitos comungam com esse pensamento e também quero deixar aqui
um apelo: Não fiquem afirmando categoricamente sem a menor prova documental que
as volantes praticaram mais violência do que cangaceiros. Porque isso é prova
inconteste de um total desconhecimento do que foi o fenômeno CANGAÇO.
Jorge Remígio
Pesquisador do
GPEC
Membro do
Cariri Cangaço
http://cariricangaco.blogspot.com.br/2015/01/capitao-ou-coronel-por-jorge-remigio.html
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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