Por Sálvio Siqueira
Cidade de Nazaré
Após a 'Revolução' de 1930, com a vitória dos revolucionários, as coisas
começaram a andar, de um modo geral, para trás em relação aos bravos nazarenos
que tantos serviços prestaram ao Estado pernambucano.
O governador Estácio Coimbra é deposto e se exila no exterior, juntamente com seu chefe de gabinete Gilberto Freyre. O tenente, na ocasião, Manoel de Souza Neto, os acompanha ao Rio de Janeiro, Capital do País, e não seguindo seu superior, é preso, nas imediações da Praça da República, pelos revolucionários e quase é enforcado pelos mesmos.
O governador Estácio Coimbra é deposto e se exila no exterior, juntamente com seu chefe de gabinete Gilberto Freyre. O tenente, na ocasião, Manoel de Souza Neto, os acompanha ao Rio de Janeiro, Capital do País, e não seguindo seu superior, é preso, nas imediações da Praça da República, pelos revolucionários e quase é enforcado pelos mesmos.
Foto de Manoel Neto - lampiãoaceso.blogspot.com
O novo Governador de Pernambuco era Carlos de Lima Cavalcanti, o qual nomeou
Muniz Farias o novo Comandante da Polícia Militar, com isso, o quadro político
do Estado, teve uma mudança radical. Os nazarenos tinham o novo comandante como
"um homem rancoroso e desumano".
Os nazarenos que se encontravam na Bahia, na ocasião, em plena campanha contra Lampião, recebem ordens para pararem com tudo, são excluídos das tropas e são ordenados para deixarem o Estado baiano o mais rápido possível.
Manoel Neto, já excluído da Briosa pernambucana, sentiu-se punido muito severamente por ter sido um militar tão servidor ao Estado. Chega a sentir-se humilhado pois tinha sido Ajudante de Ordem, no Palácio das Princesas, no governo anterior. Decidido, retorna ao sertão, trazendo a ideia de organizar um grupo sertanejo e partir para o enfrentamento do novo Governo.
Os nazarenos que se encontravam na Bahia, na ocasião, em plena campanha contra Lampião, recebem ordens para pararem com tudo, são excluídos das tropas e são ordenados para deixarem o Estado baiano o mais rápido possível.
Manoel Neto, já excluído da Briosa pernambucana, sentiu-se punido muito severamente por ter sido um militar tão servidor ao Estado. Chega a sentir-se humilhado pois tinha sido Ajudante de Ordem, no Palácio das Princesas, no governo anterior. Decidido, retorna ao sertão, trazendo a ideia de organizar um grupo sertanejo e partir para o enfrentamento do novo Governo.
Foto de Manoel Neto - lampiãoaceso.blogspot.com
Nazaré torna-se uma fortaleza. Seus 'filhos' em xeque, estão dispostos a
defenderem e resistirem até o fim contra as novas autoridades, pois, nos meses
que se seguiram, foram com a intervenção, perseguidos, presos e humilhados,
tendo os mesmos que agirem rápido, para não serem dizimados político e
militarmente.
Força volante comandada por Manoel Flor - Cariricangaço.blogspot.com
Com a atitude do novo governo de Pernambuco, leva a massa dos nazarenos a
tomarem esse tipo de ação, cogitando um movimento até chegarem a passarem para
ilegalidade e usarem as táticas que os cangaceiros usavam nas brenhas das
caatingas dos estados vizinhos ao de Pernambuco. O símbolo maior, na ocasião,
foi o Mané Fumaça. Manoel Neto diz em alto e bom som que "Nazaré não se
dobraria jamais", escutando esse juramento, os nazarenos passam a tê-lo
como líder. Com o passar do tempo, o novo Governo pernambucano, aperta mais a
rosca, e os nazarenos decidem em dividirem a população apta à batalha em grupos
de cem pessoas e adentram nos rincões dos tabuleiros da Paraíba, Alagoas, Ceará,
Bahia e Sergipe. Isso tudo por que em princípios do ano de 1931, o novo governo
manda que se desarme toda a população. O líder, Manoel Neto, sendo porta voz do
povo de Nazaré, diz que jamais os nazarenos entregariam suas armas,
"deveriam mesmo enfrentar o governo até o último homem, deixando na
história o nome de Nazaré com seus filhos que tantos serviços haviam prestado
na campanha contra o banditismo"(LIRA, João Gomes de. Memórias de um
soldado de volante, 1ª edição, pág. 478).
Foto com quatro nazarenos - cariricangaço.blogspot.com
Os
conselheiros do novo Governo, vendo a coisa engrossar, orienta o Governador a
repensar o caso. Não seria nada proveitoso ter centenas de nazarenos, armados e
em um habitat que conheciam como ninguém, como adversários. Contemporizando o
Governo, as negociações são iniciadas. Os de Nazaré impuseram suas condições.
Tinham que reincorporar Manoel Neto na Força Pública, assim como toda sua
família também seria reincorporada e quem mais desejasse servir. Proposta feita
e, como não poderia ser diferente, aceita.
Depois de
amargarem as perseguições, ameaças e ostracismo, voltam os nazarenos a serem os
fiéis guardiões, com a vantagem de serem, dessa vez, a partir de então,
funcionários públicos estaduais.
OFÍCIO DAS
ESPINGARDAS MEMORIAL CANGAÇO
http://oficiodasespingardas.blogspot.com.br/
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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