Biano tinha
pouco mais de cinco anos quando foi convocado pelo pai a integrar o conjunto.
"Ninguém me ensinou. Foi o bom Deus que me enviou pronto", brinca.
"E Ele sabe que nunca houve técnica melhor do que a da nossa banda. Não há
quem supere." Aos 96 anos, ele se permite ter mais memórias do que
modéstia.
https://www.youtube.com/watch?v=O33Flqcp5B4
A confiança no
próprio talento escapou de Sebastião somente uma vez na vida: aos oito anos, ao
ser desafiado por Lampião. Acompanhado do pai e do irmão, estava há nove dias
hospedado na casa de um rico fazendeiro, animando as festas de graças pela boa
colheita da temporada. No último dia, enquanto o vigário rezava missa na capela
da fazenda, o bando de cangaceiros invadiu a propriedade. Biano segurou a mão
do irmão, a fim de fugirem juntos. “Ninguém corre”, advertiu o pai dos meninos.
Lampião se
aproximou e, após anunciar que a visita se devia a um acerto de contas com o
padre (queria quitar dívida com Nossa Senhora da Saúde, da cidade de Tacaratu),
ordenou que os meninos tocassem o pífano. “Se sabem, toquem.” Os dois molharam
(literalmente) as calças. "Minha língua estava grudada na boca, eu mal
conseguia soprar", recorda Biano. Quando o pife finalmente soou, Lampião
mandou buscar dois cangaceiros do bando - os responsáveis pela música durante as
viagens - e bradou: "Esses dois pivetes tocam melhor que vocês, seus dois
cavalões velhos!".
Fonte prncipal: Diário de Pernambuco, edição do dia 28-07-2015
Fonte:
facebook
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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