Por Marcos Borges
Por se tratar
de uma figura complexa, seus dados pessoais são uma incógnita em sua biografia,
sabe-se supostamente de nosso personagem nasceu em 1890 em Zahlé (em árabe: زحلة), também chamada de Zahlah
ou Zahleh) é a capital de Beqaa, Líbano.
Pois bem. Embora publicado em jornais, o pouco que se sabe da vida de Benjamim
Abraão vem de fontes mescladas entre a mídia historiográfica e os meios de
subsistência do ambiente nordestino, fatos que não se encaixam com a realidade
profissional de um secretário, bem como de expert operador de equipamentos de
filmagem, muito avançados para a época.
Com o objetivo de fugir à convocação obrigatória pelo Império Otomano de lutar durante a Primeira Guerra Mundial, migrou para o Brasil em 1915.
Foi comerciante (mascate) de tecidos e miudezas, além de produtos típicos nordestinos, primeiro em Recife, depois ruma para Juazeiro do Norte, com dois burros (Assanhado e Buril) e um cavalo (de nome Sultão), atraído pela grande frequência de romeiros.
Abrahão foi secretário e homem de confiança do Padre Cícero, cargo que o levou a conhecer Lampião em 1926, quando este foi até Juazeiro do Norte a fim de receber a patente de capitão, para auxiliar na perseguição da Coluna Prestes. A nomeação fora feita, a mando do padre, pelo funcionário federal Pedro de Albuquerque Uchoa, segundo uma autorização dada ao deputado Floro Bartolomeu pelo próprio presidente Artur Bernardes - ordem que em nada adiantou, pois não foi respeitada nos demais estados, resultando que Lampião e seu bando jamais efetuaram perseguição a Prestes.
Após a morte de Padre Cícero, Abrahão solicitou e obteve do "Rei do
Cangaço" a permissão para acompanhar o bando na caatinga e realizar as
imagens que o imortalizaram. Para tanto teve a parceria do cearense Ademar
Bezerra de Albuquerque, dono da ABAFILM que, além de emprestar os equipamentos,
ensinou o fotógrafo seu uso. Por ao menos duas ocasiões esteve junto ao bando
de Lampião, realizando seu mister.
Abrahão teve
seus trabalhos apreendidos pela ditadura de Getúlio Vargas, que nele viu um
antagonista do regime. Guardada pela família de libaneses Elihimas, em
Pernambuco, a película foi analisada pelo Departamento de Imprensa e Propaganda
(DIP), um órgão de censura.
Morreu esfaqueado, sem que o crime jamais viesse a ser esclarecido, tanto na autoria como na motivação, donde se especula ter sido mais uma das mortes arquitetadas pelo sistema, como outras ocorridas em situação análoga, a exemplo de Matos (embora exista a versão de que o fotógrafo sírio-libanês teria sido alvo de roubo, por algum ladrão, apesar de com este nada de valor haver).
Fonte: facebook
Página: Marcos
Borges OFÍCIO DAS
ESPINGARDAS
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