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sexta-feira, 6 de maio de 2016

CARACTERIZAÇÃO GEOGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE GOVERNADOR DIX-SEPT ROSADO/RN

Por José Romero Araújo Cardoso

Localizado no médio oeste potiguar, o município de Governador Dix-sept Rosado possui área territorial de 1.268 quilômetros quadrados (MORAIS, 1998, p. 92). A primeira denominação toponímica foi Passagem do Pedro, depois São Sebastião, Sebastianópolis e, através da Câmara Municipal de Mossoró, tendo em vista que até quatro de abril de 1963 o território dix-septiense integrava esse município norte-riograndense, por meio da Lei número 16/1951, houve a mudança que perdura, para Governador Dix-sept Rosado, em homenagem ao político e industrial potiguar martirizado em 12 de julho de 1951, quando de acidente aviatório próximo à capital sergipana.
          
Descrição importante sobre aspectos territoriais e geográficos do município de Governador Dix-sept Rosado, encontramos no Diagnóstico e Plano de Desenvolvimento Estratégico elaborado pelo SEBRAE/RN (1998, p. 19).
Conforme este documento, o município de Governador Dix-Sept Rosado tem uma extensão territorial de 1.269 Km2, o que equivale a 2,39% da superfície estadual, e, de acordo com a divisão territorial do Brasil, pertence à Microrregião da Chapada do Apodi.
          
O território dix-septiense possui altitude média de 26 m acima do nível do mar, situado a uma posição geográfica determinada pelo paralelo de 05º 27 32 de Latitude Sul e 37º 31 15 de Longitude Oeste. A distância em relação à capital é de 313 km (rodoviário) e 254 km em linha reta. Os limites geográficos do município são:
Ao Norte com o município de Mossoró e Baraúnas; Ao Sul com o município de Caraúbas;
Ao Leste com o município de Upanema; A Oeste, com os municípios de Felipe Guerra e Apodi e parte do estado do Ceará.
          
O clima é semiárido com temperatura média anual de 27,4ºC. O período chuvoso compreende os meses de fevereiro a maio, cuja precipitação pluviométrica varia de 89,20 mm a 1.849,10 mm por ano.
          
A vegetação é a Caatinga Hiperxerófila - vegetação de caráter mais seco, com abundância de cactáceas e plantas de porte mais baixo e espalhadas, destacando-se a jurema-preta, mufumbo, faveleiro, marmeleiro, facheiro e xiquexique. Presença também de carnaubal - vegetação natural constituída predominantemente pelas espécies palmeira e carnaúba.
          
Os solos mais comuns são a Rendzina e Cambissolo Eutrófico. Rendzina - fertilidade alta, textura argilosa, moderada e imperfeitamente drenado, relevo plano. Este tipo de solo oferece aptidões regulares e restrita para a pastagem natural; áreas menores a oeste e sudeste com aptidão restrita para lavouras e aptas para culturas de ciclo longo como algodão, sisal, caju e coco.
          
O Cambissolo Eutrófico é um solo de fertilidade média e alta, textura argilosa, bem ou moderamente drenado, relevo plano.
          
Observa-se ainda em boa parte dos terrenos, a ocorrência de aflorações calcárias utilizadas largamente nas indústrias como matéria-prima na construção civil (britas, calçamentos), fornos de cal, etc. Deve-se salientar que o município ocupa o1º lugar na produção de calcário. Duas importantes mineradoras exploram esse recurso natural, quais sejam: Mineração Ouro Branco e USIMIN. Quanto a primeira, foi registrado que:
"O empresário Geraldo Pragana, da Mineração Ouro Branco, recebeu do secretário Thiago Simas o ato concessivo do Proadi - Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial no sábado dia 22. A empresa do setor de calcário, localizada no município de Governador Dix-Sept Rosado, é fornecedora de matéria-prima para a Petrobrás e grandes siderúrgicas do norte do país". (http://www.rn.gov.br/sistemnoticias/noticias.asp?idnoticia=8399).
          
Com relação à segunda empresa, destaca-se que:
Subsidiária da belga SCR Sibelco, a mineradora Unimin do Brasil acaba de adquirir a empresa potiguar Kical. Os novos donos dos dois mil hectares de exploração de calcário querem chegar à produção anual de 80 mil toneladas até 2009. A unidade será a primeira da Unimin a produzir cal.
          
Localizada em Governador Dix-Sept Rosado (município vizinho a Mossoró), a área da Unimin produz 40 mil toneladas de calcário atualmente. O minério é beneficiado no local. Como os custos de transporte inviabilizam a exportação da cal para outros países, a produção é voltada para o RN e para compradores de outros estados das regiões Nordeste e Norte.
          
De acordo com o diretor de Operações da Unimin, César Castro, a qualidade do material potiguar foi o que atraiu a mineradora para o Rio Grande do Norte, onde a Unimin está atuando pela primeira vez. Ele diz que a lavra de calcário e a produção de cal na Região Oeste do estado são amplamente conhecidas no mercado. "A empresa seguiu o caminho natural na busca de um calcário de boa qualidade", assegura Castro. (http://www.ibram.org.br/003/00301009.asp?ttCD_CHAVE=34218)
          
A complexa formação cretácea da bacia potiguar, com destaque ao calcário Jandaíra assentado sobre o arenito Assú, é marca indelével nos tipos e formas do relevo da região. ROSADO (1999, p. 19) frisou que:
"Governador Dix-sept Rosado e Mossoró são, em sua maior área, uma imensa jazida de calcáreo, utilizada no abastecimento de dezenas de caieiras e ainda na fabricação do cimento Nassau, do grupo João Santos, que consome o minério de baixo teor magnesiano".
          
Em razão da solubilidade pela ação mecânica da água acidificada, o calcário deu origem a inúmeras cavernas, muitas caracterizadas pela peculiaridade de suas formações, a exemplo do olho d´água do Poço Feio, localizado a cerca de cinco quilômetros e meio da zona urbana dix-septiense, na comunidade rural do Bonito. Ao abordar o trabalho espeleológico realizado pelo Padre Florêncio Gomes de Oliveira, ROSADO (Id.; p. 31) destaca que o sacerdote (...) refere-se às cavernas que tem água por dentro como a de São Sebastião e a do Poço Feio.

José Romero Araújo Cardoso. Geógrafo. Escritor. Professor-Adjunto IV do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Especialista em Geografia e Gestão Territorial e em Organização de Arquivos. Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Sócio da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC) e do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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