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sexta-feira, 12 de maio de 2017

GALERINHA ARTE PELA ARTE. LANÇADO O DESAFIO: CRIAR UM SONETO (TEMA LIVRE) EM DIÁLOGO COM O SONETO 71, DE SHAKESPEARE (TRANSCRITO ACIMA). DOU MINHA HUMILDE CONTRIBUIÇÃO: SONNET 71 (WILLIAM SHAKESPEARE). À MEMÓRIA DOS SUICIDAS.

Por Arturo Gouveia

Galerinha Arte Pela Arte,
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Sem comentários:
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SONNET 71
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No longer mourn for me when I am dead
Then you shall hear the surly sullen bell
Give warning to the world that I am fled
From this vile world, with vilest worms to dwell:
Nay, if you read this line, remember not
The hand that writ it; for I love you so
That I in your sweet thoughts would be forgot
If thinking on me then should make you woe.
O, if, I say, you look upon this verse
When I perhaps compounded am with clay,
Do not so much as my poor name rehearse.
But let your love even with my life decay,
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Lest the wise world should look into your moan
And mock you with me after I am gone.
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(William Shakespeare)
Meus amigos a arte pela arte, pelo amor de Deus
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Sem comentários:
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Soneto 71
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Já não luto por mim, quando eu estiver morto
Então você deve ouvir o sino sullen rabugenta
Alerta-se para o mundo que eu sou fugiu
A partir deste mundo vil, com vermes mais vis para habitar:
Nay, se você ler esta linha, não me lembro
A mão que escreveu; porque eu te amo tanto
Eu que em seus doces pensamentos seria esquecido
Se pensar em mim então devia fazer-te ai.
Ó, se, eu digo, você encarar este versículo
Talvez quando eu sou misturada com barro,
Não tanto como o meu pobre nome ensaiar.
Mas deixe o seu amor mesmo com minha vida decadência,
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Porque o sábio mundo deveria olhar para seu gemido
E zombar de você comigo quando eu morrer.
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(William Shakespeare)

William Shakespeare

Galerinha Arte pela Arte,
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Lançado o desafio: criar um soneto (tema livre) em diálogo com o Soneto 71, de Shakespeare (transcrito acima). Dou minha humilde contribuição:
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RESTO E SILÊNCIO
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À memória dos suicidas
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Não lamente por mim quando eu morrer.
Já sou átomo pútrido nas ruas.
As minhas cicatrizes, as mais nuas,
Multiplicam feridas no meu ser.
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Cicatriz e ferida, pode ver,
São homônimos, não palavras duas.
Perfuram meu espírito com puas,
Com carinho e com gosto e com prazer.
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Polônio pôs açúcar no Demônio,
O Príncipe esfaqueou Mestre Polônio,
Otelo estrangulou sua querida...
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Eles me guiam, William, em minha sina:
Colho esmolas esquina após esquina
E junto à esmola-mor: a própria vida.

Arturo Gouveia

Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

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