Por Gleyse Vieira
Olá pessoal,
tudo bem?
Faz um tempo
que estou com essa ideia na cabeça e até já fiz algumas postagens do tipo, mas
não utilizando o marcador Biografia. E como hoje, é o centenário de uma pessoa
que comecei a admirar há alguns anos, fiz questão de trazer um post contando um
pouco da história desse grande potiguar. (Material postado em 2015)
A estreia da
coluna Biografia do blog, vai falar sobre Djalma Maranhão, um educador,
jornalista, político e ativista social que transformou a cidade de Natal na
década de 1960 e lutou bravamente durante a ditadura no país.
Djalma
Maranhão, nasceu no dia 27 de novembro de 1915 na cidade do Natal, foi
professor de educação física, jornalista e esportista. Foi também militante do
Partido Comunista e em seguida constituiu seu próprio partido, o PTN (Partido
Trabalhista Nacional), que posteriormente se transformou no PSB. Foi o primeiro
partido que não era constituído a partir das oligarquias latifundiárias do
Estado, que infelizmente existem até hoje.
Foi eleito por
duas vezes Prefeito de Natal: a primeira, na segunda metade dos anos 50,
por nomeação do governador Dinarte Mariz (em decorrência da aliança
UDN-cafeístas); a segunda, em 1960 na primeira eleição direta para a
municipalidade da Capital, com 64% dos votos válidos, integrando uma frente
política de centro-esquerda chamada Cruzada da Esperança, tendo Aluízio Alves
como candidato a governador do Rio Grande do Norte.
Teve seu
mandato cassado devido ao golpe de Estado de 1964, foi preso e exilado no
Uruguai, onde morreu no dia 30 de julho de 1971 aos 56 anos de idade. Porém, o
legado deixado por ele perdura até hoje, através de políticas nacionalistas,
onde lutou pela formação de um governo popular e democrático, pelo
pluralismo e pela reforma agrária. Djalma Maranhão foi um apaixonado pela
sua Cidade do Natal. Foi esse grande amor maior que lhe deu inspiração para
superar a si mesmo como administrador.
Muitas são as
obras atribuídas a sua administração, sendo pioneiro em muitas delas, como o
primeiro asfalto da cidade, restauração de praças e instalação de fontes
luminosas; o primeiro terminal rodoviário e o início da construção do estádio
de futebol, o Machadão. Fez galerias pluviais, iniciou a Via Costeira, criando
acesso a algumas praias; criou hortas municipais e o horto da cidade que ainda
existe, incentivando a arborização; deu início a coleta de lixo através de
tratores, também criou o primeiro coral da cidade e incentivou a inúmeros
movimentos culturais; instalou o primeiro telefone público no bairro das rocas,
dentre outras coisas.
Além disso, lutou para realizar o sonho de erradicar o analfabetismo, baseado
na revolução cubana de Fidel Castro, o único a conseguir tal feito até então.
Seguindo o exemplo de Paulo Freire que criou um métodos de alfabetização em 40
horas, Djalma Maranhão jogou todo o peso de sua administração no mesmo caminho,
desde de 1961. Porém o Golpe de 1964 interrompeu seus planos.
Djalma
Maranhão deixou a herança de administrador competente no planejamento e
execução; honesto no trato de dinheiro público; lúcido e independente quando
das opções tomadas. Todavia, a lembrança que mais permanece na memória popular
é a Campanha De Pé no Chão também se Aprende a Ler, isto é, sua luta para
a erradicação do analfabetismo. Na verdade, essa campanha foi além de
uma proposta alfabetizadora e alcançou o nível de uma política
educacional, esta aliada à revalorização da cultura e dos autos populares e
iniciação profissional. Hoje, na distância do tempo, dá para perceber nessa
política cultural alguns traços do pensamento de Gramsci e a formulação de seu
intelectual orgânico. Trazendo para realidade o modelo de escola popular.
De Pé no Chão venceu quatro desafios comuns a escola brasileira: onde não havia
escolas de alvenaria, construiu Acampamentos Escolares; como não havia
professores diplomados, qualificou os seus próprios recursos humanos; face ao
material didático alienado, redigiu seus próprios textos educacionais; a sala
de aula jamais foi largada à própria sorte, o acompanhamento técnico-pedagógico
se fez na proporção de um supervisor para vinte professores.
Em termos estatísticos (e quando a população de Natal era de 160.000 mil
habitantes), em três anos, De Pé no Chão alcançou uma matrícula acumulada de 34
mil alunos; criou um centro de formação de professores; desdobrou-se na
Campanha De Pé no Chão também se Aprende uma Profissão; qualificou 500
monitores e 32 orientadores/supervisores; obteve índices de aprovação escolar
que foram de 60%, em 1961, a 85%, em 1963; e o custo-aluno médio anual foi de
menos de dois dólares.
Djalma
Maranhão provou que era possível mudar a realidade de uma cidade, através do
esforço coletivo e da educação. Além do projeto De Pé no Chão Também se Aprende
a ler, o qual meu pai teve o privilégio de estudar, Djalma Maranhão construiu
bibliotecas públicas, galerias de arte, ginásios de esporte, e muitos desses
espaços existiram até meados da década de 1980. O Palácio dos Esportes, recebeu
seu nome, em homenagem ao grande líder, esportista, educador e governante que
foi. E a criação da Lei Nº 4.838, de 09 de julho de 1997 de Incentivo a
Cultura oferece incentivos fiscais para fomentar a cultura no Estado faz parte
do legado deixado por ele.
Parabéns a
Djalma Maranhão pelos seus grandes feitos, que sua história seja um exemplo!
Até a próxima!
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