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sábado, 25 de novembro de 2017

UM POUCO SOBRE O CANGAÇO E SOBRE A MORTE DE LAMPIÃO

Por Andrea C. T. Wanderley - Editora-assistente e pesquisadora do portal Brasiliana Fotográfica

O cangaço, segundo Moacir Assunção, é um fenômeno social característico da sociedade rural brasileira.  No nordeste, existiu desde o século XVIII, quando José Gomes, o Cabeleira aterrorizava populações rurais de Pernambuco. O movimento atravessou o século XIX, só terminando em 25 de maio 1940, com a morte de Corisco (1907 – 1940), sucessor de Lampião e seu principal lugar-tenente, pela volante de Zé Rufino (Diário de Pernambuco, 1º de junho de 1940, na sexta coluna).

‘Os homens do cangaço espalhavam fama, violência e aplicavam um conceito muito particular de justiça em sete estados do Nordeste. Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia sofriam não apenas nas mãos desses grupos nômades, mas também com a seca, com a fome e com uma sociedade desigual e injusta, que perpetuava um modelo pérfido de exploração do trabalho.'(Ângelo Osmiro Barreto in Iconografia do Cangaço, 2012).

Em 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, perto da divisa com o estado de Alagoas, o bando de Lampião foi cercado por uma força volante comandada pelo tenente João Bezerra da Silva (1898 – 1970), pelo aspirante Ferreira Mello e pelo sargento Aniceto da Silva. Além de Lampião, foram mortos sua mulher, Maria Gomes de Oliveira (c. 1911 – 1938), conhecida como Maria Bonita, e os cangaceiros Alecrim, Colchete, Elétrico, Enedina, Luiz Pedro, Macela, Mergulhão, Moeda e Quinta-feira. Foram todos decapitados. No combate, foi morto o soldado Adrião Pedro de Souza. João Bezerra e outro militar ficaram feridos (Jornal do Brasil, 30 de julho de 1938, na primeira colunaDiário de Pernambuco, 30 de julho de 1938, com uma fotografia de autoria de BenjaminDiário de Pernambuco, 31 de julho de 19383 de agosto de 1938 e  25 de agosto de 1968). Quando Lampião foi morto o, o fotógrafo Benjamin Abrahão havia sido assassinado há cerca de dois meses.


No dia seguinte à morte de Lampião, foi publicada uma entrevista dada por Chico Albuquerque (1917 – 2000), filho do proprietário da Aba Film, na primeira página do Diário da Noite, onde contou a história da produção do filme sobre Lampião produzido por Benjamin (Diário da Noite, 29 de julho de 1938).
  


As cabeças decapitadas dos cangaceiros, após exposição nas escadarias da prefeitura de Piranhas em Alagoas, seguiram para a capital do estado, Maceió. De lá, seguiram para Salvador, onde ficaram no Museu Nina Rodrigues, também conhecido como Museu Antropológico Estácio de Lima. Em 1969, as cabeças de Lampião e Maria Bonita foram enterradas no cemitério Quinta dos Lázaros, na mesma cidade (Correio da Manhã, 13 de fevereiro de 1969, na última coluna).
  


Uma curiosidade a respeito do apelido de Lampião, segundo publicado no Diário da Noite de 8 de fevereiro de 1937, na primeira coluna:

 ‘Lampião é um cabra desconfiado e perverso. O apelido que usa é o seu maior orgulho. Foi lhe dado num combate no início de sua carreira criminosa quando se filiou ao cangaço do famoso Luiz Padre. Na peleja, travada ao descambar da tarde, Virgolino atirava com tanta rapidez que da boca do seu rifle saía verdadeira faixa de fogo, iluminando o chão.

_ “Nós não precisa mais de sol porque já temos um lampião!”, gritavam os cangaceiros.


E desde aí ficou ele com o seu nome de guerra consagrado’.


Enviado pelo professor Adinalzir Pereira Lamego lá do Estado do Rio de Janeiro

http://blogdomendesemendes.blogspot.com

Um comentário:

  1. Foi enviado com prazer. Em homenagem a todos que apreciam a história do Cangaço.
    Abraço aqui das terras cariocas!

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