Danilo
Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo
Perrone.
Do UOL, em
Kazan (Rússia)
06/07/2018
16h53
Motivo de
intermináveis discussões entre brasileiros nos últimos anos, a Bélgica e sua
“ótima geração” encerraram o sonho do hexacampeonato na Rússia nesta
sexta-feira (6), em Kazan. Com gols de Fernandinho, contra, e De Bruyne, todos
no primeiro tempo, o Brasil foi derrotado por 2 a 1 e deixou a Copa do Mundo de
2018 bem antes que sua torcida imaginava. Renato Augusto foi o responsável pelo
gol de consolação brasileiro.
[ x ]
Em dia de
Neymar muito abaixo do normal e grande atuação de Lukaku, a Bélgica desmanchou
a defesa brasileira, ressentida da ausência de Casemiro e com Fernandinho,
quatro anos depois, em mais uma atuação trágica. O Brasil só encontrou
esperança com Renato Augusto, que diminuiu o marcador, mas a semifinal contra a
França ficará a cargo dos belgas em uma Copa que agora é só de seleções
europeias.
A eliminação
contra um rival que tem jogadores em quase todas as grandes equipes da Europa
se deu em noite atípica em quase dois anos da era Tite. O Brasil não havia
sofrido dois gols em nenhum jogo sob seu comando e não havia perdido com time
completo em campo até a fatídica eliminação em Kazan.
O melhor:
Lukaku
Imagem:
Francisco Seco/AP
O centroavante
belga que fala português foi verdadeiro trator em Kazan. Lukaku, quase um ponta
direita na proposta de jogo de seu time, travou um duelo firme com Miranda, que
se desdobrou em disputas contra ele. Lukaku, porém, prendeu bolas, deu arrancadas
e praticamente matou o confronto com a assistência para De Bruyne marcar.
O pior:
Fernandinho
Imagem: Buda
Mendes/Getty Images.
Novidade na
escalação do Brasil por suspensão de Casemiro, o substituto teve mais uma noite
para esquecer em Mundiais. O volante adorado por Pep Guardiola anotou o gol
contra que desmanchou o time brasileiro, não conseguiu conter Lukaku no segundo
gol e a partir disso somou decisões erradas, ansioso por uma redenção dentro do
próprio jogo. Foi o segundo contra do Brasil em Copas, depois do feito por Marcelo,
contra a Croácia, em 2014.
Neymar manca,
pede pênaltis e some na hora da decisão
Imagem: Buda
Mendes/Getty Images
Na Copa que
parecia dele, aos 26 anos, Neymar não conseguiu vencer a Bélgica que poucos
espaços concedeu. O primeiro tempo foi regular, mas o segundo foi provavelmente
seu pior na Copa. O camisa 10 errou domínios, passes bobos e se reencontrou com
um artifício que atrapalha seu jogo. Pediu pênaltis enquanto não via as coisas
funcionarem. Nos acréscimos, um belo chute quase marcou o empate, mas encerrou
um Mundial em que ele, de novo, não chegou à semifinal e em que sofreu com
dores no pé operado do começo ao fim.
Roberto
Martínez libera trio ofensivo e desmancha o Brasil com formação inédita.
O treinador
espanhol que comanda a Bélgica fez mudanças profundas depois de quase ser
eliminado pelo Japão nas oitavas de final. O sistema com linha de cinco na
defesa foi alterado para quatro defensores, com Vertonghen, zagueiro de origem,
na lateral esquerda. A área foi bem protegida por Witsel e ainda Fellaini e
Chadli, novidades. O ataque ficou a cargo de De Bruyne, como armador a explorar
os espaços de Fernandinho, e Hazard e Lukaku como atacantes. O Brasil nunca
conseguiu ser firme como antes diante desse trio protagonista do Campeonato
Inglês.
Início bom do
Brasil dura pouco e vale nada após gol da Bélgica.
Os primeiros
minutos do jogo em Kazan foram de perigo para o Brasil, que teve oportunidades
claras com Thiago Silva, que acertou a trave, e Paulinho, que não conseguiu
arrematar a gol em disputa na área. Durou pouco o domínio: com 13min,
Fernandinho colocou contra as próprias redes em raspada de cabeça e inaugurou o
marcador a favor da Bélgica. O lance mudaria a etapa inicial e ditaria o placar
do jogo.
Gol contra de
Fernandinho é a bola parada que assombra o Brasil e a Copa
Imagem:
Laurence Griffiths/Getty Images
Até então,
seis gols sofridos na era Tite. E tal qual o anotado contra por Fernandinho, a
bola parada como vilã já havia pintado em quatro oportunidades. O caminho foi
aberto da maneira como tem sido muito comum no Mundial da Rússia e da mesma
forma como a França, mais cedo, fez seu primeiro gol sobre o Uruguai. O índice
dos gols nesse tipo de lance é superior a 45% de todos feitos no Mundial.
Desvantagem
faz Brasil se perder. A Bélgica aproveita e amplia
Imagem: Frank
Augstein/AP
O gol contra
de Fernandinho, e seu descontrole na sequência, fez o Brasil se perder
psicologicamente e o equilíbrio do time foi abaixo. Enormes clarões se abriram
no meio-campo e a recomposição ruim foi aproveitada pela Bélgica. Em lindo
lance de Lukaku, que venceu Fernandinho e arrancou justamente nesse buraco, De
Bruyne recebeu e, de fora da área, acertou um chutaço sem qualquer chance para
Alisson.
Brasil pede
pênalti, mas VAR manda seguir.
A seleção
brasileira chegou a pedir pênalti aos 10 minutos do segundo tempo, quando
Gabriel Jesus tentou driblar Kompany dentro da área e foi derrubado. O árbitro
Milorad Mazic consultou o árbitro de vídeo, mas mandou a partida seguir na
sequência.
Antes disso,
um lance envolvendo Neymar também fez o técnico Tite pedir que a tecnologia
fosse utilizada. Neymar invadiu a área e caiu. O árbitro mandou a partida
seguir e o próprio atacante pediu para que os jogadores da seleção brasileira
não reclamassem. Já no fim, o camisa 10 voltou a pedir penalidade em um
empurrão na área, mas nada foi marcado.
Tite manda o
time com tudo à frente, mas insiste em Fernandinho
Imagem:
Michael Regan - FIFA/FIFA via Getty Images
Sem sucesso na
proposta de jogo inicial, Tite ainda no primeiro tempo alterou o 4-1-4-1 para o
4-4-2 que marcou a vitória sobre o México. No intervalo, Firmino, o principal
reserva brasileiro na Copa, entrou para aumentar o poder de fogo do ataque, e
minutos depois foi Gabriel Jesus quem saiu para que Douglas Costa desse mais
energia pela ponta. A última cartada foi Renato Augusto, que incendiou o jogo
com um gol. Já Fernandinho, o pior em campo, seguiu até o final.
Renato Augusto
comanda reação, mas Brasil não tem forças para empatar
Acionado para
a vaga de um Paulinho que deixa a Copa do Mundo com mais uma atuação ruim,
Renato encontrou as redes aos 30min: um bonito lançamento de Coutinho parou na
cabeçada dele, que venceu Courtois e incendiou a torcida. O Brasil teve pelo
menos mais quatro chances, com Renato, Firmino, Coutinho e por fim Neymar, que
no suspiro final viu o goleiro belga, gigante, impedir o empate.
Suspensão de
Casemiro desequilibra o meio-campo do Brasil
Entre os
grandes responsáveis pelo sucesso defensivo da zaga brasileira nos primeiros
quatro jogos, Casemiro foi uma ausência muito sentida. As coberturas perfeitas,
a leitura defensiva e a força física dele foram substituídas por um jogo que
Fernandinho certamente tentará esquecer. Das tribunas, o volante que levou
cartão tolo contra o México certamente lamentou não poder ajudar o Brasil.
Russo do meme
comparece ao estádio
Imagem:
Divulgação/CBF
A torcida
brasileira contou com um reforço em Kazan. O russo Yuri Torsky, que ficou
conhecido durante a partida contra o México nas oitavas como o “Psicopata do
hexa”, assistiu ao duelo contra a Bélgica no estádio. Antes do jogo, ele já
havia participado do “esquenta”
da torcida brasileira junto com o Canarinho Pistola.
FICHA TÉCNICA
BRASIL 1 x 2 BÉLGICA
BRASIL 1 x 2 BÉLGICA
Local: Arena
de Kazan, em Kazan (Rússia)
Data: 6 de julho de 2018 (sexta-feira)
Horário: 15h (de Brasília)
Data: 6 de julho de 2018 (sexta-feira)
Horário: 15h (de Brasília)
https://esporte.uol.com.br/futebol/copa-do-mundo/2018/noticias/2018/07/06/brasil-x-belgica.htm
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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