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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

“TÁ CÁ PESTE O QUÊ, HOME”

Clerisvaldo B. Chagas, 13 de fevereiro de 2019
Escritor Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2.060
PREFEITO RUI PALMEIRA E DEFESA CIVIL. (FOTO: LUCAS ALCÂNTARA)
       Finalmente está marcada para sábado próximo, a evacuação populacional do Bairro Pinheiro, como simulação. Sofrimento, dor e desespero têm acompanhado os moradores do bairro, tanto os migrantes quanto os resistentes. Mesmo com todas as providências sobre possível tragédia na área, a apreensão e incerteza batem à porta de moradores e ex-moradores a cada segundo do dia ou da noite. Pela parte da Natureza existe um suspense compassado como se estivesse testando os nervos em frangalhos daquela população. Afunda ou não afunda o bairro que tem nome na Botânica? Depois de tantos afundamentos menores e centenas de estabelecimentos rachados, tornar-se até incoerente o que não acredita nas evidências. Para completar os maus presságios este ano estar sendo bom de chuva o que deverá contribuir para a realização do esperado fenômeno.
       Alguém já disse que o lugar virou bairro fantasma, mas não totalmente. Os trabalhadores no caso, os que ainda não evacuaram a área e os curiosos que se movimentam pelas ruas quase desérticas, impedem aquela denominação. Quanto investimento foi aplicado em imóveis de todos os tipos naquela área! É ali onde estão os apartamentos feitos para os funcionários públicos construídos e legalizados no governo Divaldo Suruagy; além das residências, valorosas casas comerciais e prestadoras de serviços e até mesmo a moderníssima igreja construída recentemente. Inúmeras pessoas investiram ali tudo o que possuíam e terão lamentavelmente, que iniciar a vida do zero. Mesmo que o bairro não afunde, a tragédia física, moral e social já contam suas vítimas.
       Por enquanto toda suspeita cai em cima da Braskem, mineradora do sal-gema ali por perto. A desconfiança é grande. Mas os estudos avançam e pelos menos a causa ou causas deverão ser apresentadas em breve. Teme-se também que depois da descoberta, haja desvio de informações com manobras para que a verdade não apareça. Será? Virou rotina no Brasil apontar apenas a fatalidade como causas das coisas ruins. Continuamos sendo o país da impunidade e da corrupção. Por quanto tempo? Vamos aguardar o laudo do Pinheiro.
Quando narramos a um amigo sertanejo os acontecimentos do bairro, ele com aquela natural rudeza regional, respondeu apenas:
       “TÁ CÁ PESTE O QUÊ, HOME!”


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