Bando de
Lampião | Fonte: Reproução
Sabendo dos rumores que Lampião estava na região sisaleira, José Tibúrcio da
Silva mandou que sua esposa, dona Marcionília Pinho da Silva fosse dormir na
casa de seu cunhado, Martinho Pereira da Silva. Com ela foi Germinia Pinho da
Silva, que tinha apenas seis meses de idade no dia. José Tiburcio da Silva,
como proprietário da Fazenda Paraíba, transportava peles de ovinos, bovinos e
caprinos de Araci para Queimadas, pois lá havia um curtume que era do Coronel
Vicente Ferreira da Silva. O coronel era primo de José Tiburcio da Silva. Ao
chegar em Queimadas, ele deixava as peles para serem curtidas e as que já
estavam curtidas ele levava para Araci. José Tiburcio, que era um vaqueiro,
completava a carga com sacas de café que vinham de Jacobina para Queimadas. O
vaqueiro era dono de uma tropa de 08 burros. Toda vez que chegava na Vila do
Raso, Araci à época, José Tiburcio tinha que ir prestar contas ao Coronel
Vicente Ferreira da Silva, pois era ele que dava os fretes e conduzia os
trabalhos do vaqueiro.
Germinia Pinho
da Silva Góes | Foto: Lampião Aceso - http://www.viladoraso.com.br/?mosaico=lampiao-em-araci-o-vaqueiro-que-teve-sua-casa-incendiada-pelo-cangaceiro-mais-temido-da-historia
Esses são relatos de Germinia Pinho da Silva Góes, nascida em 23 de Junho de 1928. Araciense e filha do vaqueiro José Tiburcio, ela foi visitada na infância pelo bando de Lampião. Seu relato feito em dezembro de 2007 a Fernando Tito e publicado no Blog Lampião Aceso.
Lampião em
Araci
Foi no período
desta viagem que Lampião chegou em João Vieira, arraial de Araci. No mês de
dezembro de 1928, ele procurou saber quem era fazendeiro e quem tinha tropas de
burros. “Alguém que se dizia ser amigo de meu pai informou a Lampião sobre meu
pai e Lampião mandou o cangaceiro Corisco ir até a Fazenda Paraíba, guiado por
esta pessoa, pois não sabiam onde era a Fazenda. Ao chegar não encontrando
ninguém colocaram fogo na casa. Quando foram 5 horas da manhã (pois eu acordava
muito cedo para comer, minha mãe chamou as meninas para ir tirar leite das
cabras u só tomava leite de cabra, ela me levava nos braços) ao chegar na
malhada ela avistou o fogo em cima da casa e logo viram os cangaceiros com os
fuzis, os burros amarrados e etc.”, contou Germinia Pinho da Silva Góes.
Segundo Germinia, sua mãe, respeitando os cangaceiros, não seguiu. Ela pediu que uma das meninas que ela criava voltasse na casa do tio Martinho para chamá-lo para poder encorajá-la. A fumaça já estava em cima do telhado. Os cangaceiros já tinham arrombado a porta e entrado. Já tinham pegado dinheiro, peças de tecido de seda, saqueado a casa e queimado a casa toda.
Palavras de dona Germinia: Então minha mãe disse- Bom dia meus senhores! Com
que autoridade vocês fizeram isso? Eles responderam: –A ordem que nós temos é
quando chegarmos a uma fazenda e encontrar fechada colocar fogo na casa. Ela
respondendo disse: – Fez muito errado. Eles perguntaram: – Cadê seu marido? Por
que ele correu? Ela disse: – Ele não correu, está viajando, está em Queimadas.
Eles disseram: – Nós soubemos em João Vieira que ele tem uma tropa de burros.
Ela respondeu: – Ele está viajando com essa tropa de burros, pois ele é
cargueiro. Eles retrucaram dizendo: – Por que a senhora correu? Respondeu ela:
– Eu não corri apenas fui dormir na casa do meu cunhado, se eu estivesse
corrido não estava aqui com um curral apartado com as cabras e o outro com o
gado. Estou vindo agora porque a minha filha que carrego nos braços chorou para
comer, então vir tirar leite das cabras para fazer mingau para dar a ela. O
cangaceiro disse: – Pois, então rodei e apague o fogo, que lá nos potes tem
água. Ela falou: – Tem mesmo, porque quem botou não foram vocês, fomos nós que
botamos água nos potes. Minha mãe entrou e apagaram o fogo. Corisco disse:
–Viemos porque o meu chefe mandou e se encontrasse seu marido era para arrancar
o caco da cabeça dele e levarmos como prova que ele estivesse morto. Ela disse:
– Pois não vai arrancar porque ele não correu e nem está aqui, está viajando.
Então eles se despediram e voltaram para o arraial João Vieira.
Informações
obtidas no Blog Lampião Aceso.
Relacionadas:
Tucano: Último
vídeo do projeto “Bora?” resgata as passagens de Lampião e a história de João
Abade.
1928: Lampião
estava em Tucano quando foi entrevistado para “O Serrinhense”; foi uma das
poucas entrevistas dele.
Em 1929
Lampião esteve em Queimadas; conheça essa história do cangaço no sertão Baiano.
Hoje na
História: Lampião, morre numa emboscada na fazenda de Angicos, sertão de
Sergipe.
Somando 120
anos bem vividos, Dona Eurides diz que chegou a conhecer Lampião e Maria Bonita.
Como você se
sentiu com este conteúdo?
Curti
Clique aqui para seguir nossa página no Facebook.
Notícias
relacionadasAraci, Teofilândia e Tucano têm agrotóxicos que causam doenças
crônicas na água, diz estudoAraci: Tradicional São Pedro de Tapuio é marcado
por um grande público e muita animaçãoEx-guarda municipal é assassinado à
tiros, próximo ao Mercado Municipal de AraciTV A Voz do Campo: Com a praça
lotada, Araci comemora o tradicional São JoãoMais RecentesEx-vereador é preso
após prometer vantagens em marcações de exames e cirurgias em troca de dinheiroClínica
de Ribeira do Pombal faz primeiro Transplante de Córnea da história do
semiárido baianoPrefeito de Ribeira do Pombal é multado por irregularidades na
contratação do transporte escolarPadre é assaltado e bandidos levam carro da
Paróquia de Riachão do Jacuípe
AnuncieEquipeFale Conosco
AnuncieEquipeFale Conosco
© Copyright 2015 A Voz do Campo
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário