Por José João Souza
O Brasil é um
país doente, patologicamente doente pelo ódio de classe. O ódio ao pobre. O
povo brasileiro nunca assumiu a autocrítica de que somos filhos da escravidão,
com todas as doenças que a escravidão traz: a desigualdade, a humilhação, o
prazer na humilhação diante dos mais frágeis, o esquecimento e o abandono da
maior parte da população.
polícia mata pobres indiscriminadamente, e faz isso
porque a classe média e a elite aplaudem. O poder é a questão central de
qualquer sociedade, durante vinte anos, Lampião varreu o sertão de sete Estados
nordestinos, tornando-se um poder paralelo ao oficial.
A vida de Lampião foi
dotada de contradições, o que gerou representações múltiplas sobre o mesmo.
Foram construídos sobre a sua imagem discursos, os quais o apresentam como
bandido, justiceiro, facínora, sanguinário, estuprador, estrategista, paladino
da justiça, etc.
Cada representação elaborada sobre os cangaceiros vem
carregada com os estigmas dos interesses dos vários grupos e setores sociais.
Um importante espaço de construção de representações sobre Lampião foi a
imprensa escrita, apesar de, nas suas notícias, representar a concepção da
elite dominante, tentando passar imagens pejorativas sobre o cangaceiro, acabou
atribuindo a Lampião o lugar de Rei do Cangaço, devido a sua ousadia, coragem
e constantes fugas diante das estratégias das forças volantes.
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