No dia 31 de maio era hábito realizar-se, em Nazaré, a festa de encerramento do mês mariano, ou seja, mês de Maria, a mãe de Jesus. Todo pessoal comparecia bem vestido. Virgulino também foi à festa. Vestiu a melhor roupa. Na igreja, correu os olhos pelos bancos e avistou a namorada. A menina tinha 16 anos de idade, olhos castanhos muito vivos, cabelos pretos, atados a uma fita azul. Rezava ajoelhada. Depois do terço eles se olharam. O amor sertanejo naquele tempo eram apenas olhares.
Ficaram algum tempo na calçada. Observaram o céu pontilhado de estrelas. Os foguetes espocavam.
Rosa retirou-se acompanhada da sua família. Encobriu-se na curva da estrada. Virgulino estava apaixonado.
Nessa época era Virgulino o vencedor das famosas vaquejadas de Vila Bela (Serra Talhada) e de Nazaré (distrito de Floresta). As moças vibravam quando ele cavalgava e rodava os dedos uma chibatinha. Após as vitórias, aplaudiam e enfeitavam de fitas o vaqueiro almocreve, artesão e poeta.
Meses depois, tudo findou. O destino estúpido traçou-lhe um paralelo, com caminhos diferentes. Foram raras as oportunidades que os dois enamorados se avistarem.
Nas horas vagas, Virgulino dedicava à menina, com carinho, versos de sua autoria, que cuidadosamente guardava no alforje:
(transcrevemos dois dos quatro estrofes)
Fonte: Lampião – Cangaço e Nordeste – Aglae Lima de Oliveira
foto: Virgulino com 20 anos de idade.
Segunda Fonte: facebook
Página: Ruy Lima
Grupo: Historiografia do Cangaço
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