Por Isabela Barreiros
A cangaceira, que podia ser tão brutal quanto seu marido, foi a primeira mulher a integrar o grupo e abriu espaço para que outras fizessem o mesmo.
1. Pioneira
das mulheres no cangaço
Maria Bonita, como foi apelidada pela imprensa após seu
falecimento, foi a primeira cangaceira — o que deu abertura para outros grupos
de cangaço recrutarem mulheres em suas jornadas. Rompendo com tradições
regionais, essas moças largavam suas residências e tinham a oportunidade de se
desligar de alguns hábitos impostos ao gênero feminino naquela época.
No entanto,
apesar da abertura feita por ela em sua iniciativa a tornar-se parte do bando,
nem todas iam para o cangaço por opção; muitas, após serem raptadas e
estupradas, eram forçadas a acompanhar as jornadas das quadrilhas.
2. Nada
feminista
“As mulheres
não se apoiavam. [...] Cobrar uma postura feminista delas naquele ambiente me
parece que é exigir demais”, explica Adriana Negreiros, autora do livro
Maria Bonita: sexo, violência e mulheres no cangaço.
A verdade é
que Maria se adaptou ao código de conduta machista do cangaço. Além
de ajudar a torturar as vítimas de seu companheiro — por vezes, ela arrancava
os brincos das mulheres até rasgar seus lóbulos — ela apoiava fortemente o
assassinato mulheres adúlteras.
3. Princesa do
Cangaço
Lampião e Maria
Bonita tiveram uma filha em 1932, de nome Expedita. Como de costume
no cangaço, foi necessário decidir o destino da criança.
Como não
queriam que a menina crescesse na bandidagem, ela foi entregue a um aliado do
Rei do Cangaço para que ela tivesse como tutor o tio João Ferreira. Isso
tudo ocorreu no maior sigilo e o caso foi tratado como uma espécie de Segredo
de Estado.
4. Riqueza
Maria de Déa andava
pelo sertão com as mais diversas joias, que, na época, eram as mais caras de
toda a região. Essa riqueza devia-se aos roubos feitos por Lampião em
muitas residências, as quais saqueava frequentemente.
Em uma mão, a
cangaceira carregava anéis em todos os dedos; na outra, empunhava um revólver
Colt calibre 38. Seu punhal de estimação tinha 32 cm e era feito de prata,
marfim e ônix, demonstrando o poder que exercia no Nordeste junto com seu
parceiro Lampião.
5. Rivalidade
com Dadá
Dadá foi heroína, guerreira, e única mulher a portar
um fuzil no bando de Lampião — que chegou a liderar. E, com Corisco, seu
parceiro, resistiu por mais dois anos até o brutal fim da gangue, nas mãos da
polícia. Um ícone da rebeldia do cangaço.
A verdade era
que Dadá detestava Maria Bonita principalmente
devido ao fato de que ela mandava e desmandava no cangaço. Por mais que fosse a
rainha do subgrupo de cangaceiros de seu marido, Corisco, Dadá não
tinha a mesma autoridade que Maria e, por vezes, era desrespeitada
pelos cangaceiros. Dizia que a outra era “abusada, ranzinza, orgulhosa, metida
a besta, barulhenta e arrumadinha feito uma boneca”.
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