Por NaNmin de leitura |Escrito por Redação |30 de maio de 2016
Um dos casos
de sequestros mais emblemáticos e que mobilizou a opinião pública o
desaparecimento do menino Carlinhos, em 1973, pode ganhar novos rumos. Jorge
Soares da Cunha, de 48 anos, morador do Pita, em São Gonçalo, que diz ser o
menino Carlos Ramires da Costa, vai procurar a polícia para que o resultado de
seu exame de DNA seja divulgado e refeito.
Em outubro de
2006, o “Carlinhos” contou sua história para O SÃO GONCALO, alegando ser o
menino de cabelos loiros e olhos azuis que teve sua foto sorrindo eternizada
nas capas dos mais diferentes jornais e revistas. Na época da publicação, Jorge
era o 12º Carlinhos a reclamar a identidade. Diferente dos outros 11 que
tiveram o resultado negativo, Jorge nunca recebeu o resultado que comprovaria
sua afirmação.
Segundo ele,
um mês após a publicação da matéria, sua suposta família o procurou. Sua mãe,
irmã e sobrinhos chegaram a ficar hospedados na casa de sua cunhada para
conhecê-lo melhor. Após a realização do exame, feito em um laboratório que ele
desconhece, a sua família nunca mais o procurou.
Jorge tem
certeza de que é Carlinhos, mas acredita que haja interesses que ele desconhece
para que não seja reconhecido.
“Recebi minha
mãe e minha família aqui. Temos muitas semelhanças e sou eu o menino
sequestrado. Lembro exatamente como foi aquele dia. Até hoje tenho sequelas na
fala por conta das agressões que sofri no cativeiro", afirmou.
Jorge conta
que teria sido sequestrado por ordem de um familiar. Ele foi levado para um
matagal e de lá para um centro espírita.
"As luzes
da minha casa se apagaram, e um homem cobriu minha cabeça com um pano. Fui
colocado em um Fusca. Tive mãos e pés amarrados. Apanhei muito e levei choques
na língua. Quando fugi, tentei achar a minha mãe, mas não sabia o caminho de
volta", afirmou.
Ainda segundo
Jorge, ele foi recolhido das ruas e levado à Funabem, no Barreto, em Niterói.
Lá, Jorge conta que, por medo, escondeu sua verdadeira identidade e foi então
que recebeu o nome de Jorge. Sua certidão de nascimento emitida em 1980 pelo
cartório civil de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense foi autorizada por ordem
do Juizado de Direitos de Menores.
Apesar da
repercussão do caso, Jorge não foi reconhecido no abrigo e, ao completar 18
anos, voltou para as ruas, onde conheceu sua esposa. Acolhido pela família
dela, eles acabaram se apaixonando e casando. O casal tem um filho de 23 anos,
que deseja que a situação do pai seja regularizada para colocar o verdadeiro
nome na certidão.
"Estou
preso a meu passado. Quero ser reconhecido. Sofro muito sem a solução do meu
caso. Sou Carlinhos e vou provar. Não estou em busca de dinheiro mas da minha
história que parou aos 10 anos", afirmou.
Recordando -
Carlinhos (Carlos Ramires da Costa) foi sequestrado de sua casa, na Rua Alice,
em Laranjeiras, na Zona Sul do Rio. Um homem armado e com o rosto parcialmente
coberto por um lenço invadiu a casa, foi até a sala onde o menino, sua mãe e irmãos
assistiam à televisão.
O criminoso deixou um bilhete exigindo o resgate de “cem mil cruzeiros”, uma fortuna na época. Seu pai conseguiu arrecadar o dinheiro que não foi entregue porque o sequestrador nunca entrou em contato.
https://www.osaogoncalo.com.br/geral/15200/morador-de-sao-goncalo-afirma-ser-o-menino-sequestrado-ha-43-anos
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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