Por José Mendes Pereira
Essa senhora está numa peça de teatro contando a história da santa. Essa roupa não é dela. Essa senhora nasceu no campo, num lugar chamado Alagoinha. Sabe e conhece de perto a pobreza, conhece bem cada pedaço de Mossoró e cada favela.
O leitor sabe quantas favelas tem em Mossoró? Pergunte que essa senhora vai te responder; Favela Redenção; Favela do Velho, Abolição IV; Sem Terra; do Fio, Rosalândia; Estrada da Raiz; Wilson Rosado; Santa Helena, Santo Antônio; Bom Pastor e outras.
Ela conhece, porque, vai ver de perto. Conhece a realidade do idoso que mora na favela, como do idoso que é colocado no Abrigo Instituto Amantino Câmara pela família, e que muitas dessas famílias, dão o endereço errado, pra não serem incomodadas.
Ela conhece bem o abrigo, porque, por muitos anos fez trabalhos voluntários, lá, todos os dias. Ouvir as histórias de cada um, às vezes escrever cartas pra eles enviarem para as famílias, que nunca respondem. Dançar com eles, abraçar, porque a maior carência, o idoso e a afetiva, a dor do abandono que mata.
Essa senhora, em alguma noite de natal, deixa sua família, e vai para as favelas tentar alegrar uma criança que acredita em Papai Noel. Essa senhora, não costuma julgar as pessoas por uma foto nem pela aparência, ela prefere olhar nos olhos e ver a verdade que as palavras esconde.
Essa senhora está hoje
internada no Hospital Wilson Rosado, com COVID, e está triste, porque, queria está bem, pra
na noite de Natal, ir com uns amigos entregar sextas básicas a quem tem fome.
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