Por José Cícero
- O poço da
Cobra.
Além de
belíssima como atrativo natural do Cariri a Cachoeira de M. Velha possui também
uma vasta narrativa de causos e lendas. Algumas sobre a sua própria origem
ancestral transmitidas desde os seus primeiros habitantes da etnia dos indios
Cariri até agora. Lendas e contos que, desde então se perpetuaram ao longo dos
anos de geração em geração, dentre as quais, as que tentaram explicar no
imaginário popular, por exemplo, o surgimento da "pedra da Glória",
do "goelão", do "lajedo do sangue" etc.
Cachoeira de MV na direção da Lapinha onde ficam os lendários poços do Torem e da Cobra.
Nesta mesma
linha podemos incluir ainda, toda a casuística de fatos igualmente lendários
chegando a beirar inclusive, o chamado "realismo fantástico'. Coisas e
acontecimentos surreais contados ainda hoje pelos ribeirinhos, principalmente
os pescadores e antigos moradores do lugar.
À margem do rio descendo para o poço da Cobra.
A Cachoeira, assim como toda a extensão do rio Salgado possui uma série de "poços" que, nunca secam, nem mesmo nas grandes secas que se abateram sobre a região. São pequenas depressões naturais que existem ainda hoje, mesmo com o acelerado processo de assoreamento do manancial ao longo do tempo. Locais onde se concentram muitas espécies de peixes endêmicos do bioma salgadiano. Fazendo assim a alegria dos pescadores.
Além do
próprio "goelão" localizado logo abaixo da primeira queda dágua,
existem ainda dois desses 'poços' que se tornaram muito conhecidos e por isso
mesmo detentores de histórias lendárias: o Triste(antes da construção das
piscinas), do Torem e o da Cobra. O primeiro marcado, conforme as narrativas de
antigos pescadores, pela aparição de um velho índio, um chefe tribal de nome
homônimo. O segundo, pelo avistamento de uma enorme cobra, que de acordo com os
ribeirinhos ainda agora protegem noite e dia o referido local.
E aqui destaco
dois dos episódios a mim contados por antigos habitantes do sítio Cupim, que
fica nos arredores da Cachoeira.
O fato mais
antigo ocorreu provavelmente no início da década de vinte quando um pescador
foi morto e engolido pela serpente após ter mergulhado para desenganchar seu
anzol. E ali mesmo desapareceu. O segundo caso, mais recente aconteceu
possivelmente a menos de uma década, quando outro pescador sentou para
descansar à beira do poço sobre um balceiro. De repente, ouviu o roncar da
grande cobra levantado todo o arbusto onde o mesmo estava sentado. A serpente
estava por baixo do balceiro. Ao sentir o tremor ele saiu às pressas do local.
Porém, o pescador ainda a viu entrando n'água. "Era enorme. Sua cabeça era
do tamanho da, de um bezerro", segundo afirmou o ribeirinho.
ENTREVISTA:
Nestes dias
irei entrevistar e registrar num vídeo para esta página, o dito senhor,
testemunha ocular de tais fatos ora narrados.
Histórias e Estórias que ouvir contar.
José Cícero
MV.
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http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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