Rangel Alves
da Costa*
Distante das
recentes polêmicas envolvendo os escritos biográficos, onde parte das figuras
públicas pretende que suas vidas sejam relatadas apenas pelo lado positivo e
despolemizado, no último dia 1º de novembro foi lançada, na cidade de Poço
Redondo, a biografia de um grande sertanejo: Alcino Alves Costa. A autoria é de
Rangel Alves da Costa, seu filho, e articulista que assina acima.
Alcino, ou “O Caipira de Poço Redondo” ou ainda “O Vaqueiro da História”, como se identificava em alguns textos, falecido em 1º de novembro de 2012, aos 72 anos, certamente não acolheria a polêmica das restrições biográficas. Pelo contrário, sorriria o seu sorriso largo como agradecimento pelo reconhecimento de suas realizações enquanto cidadão sertanejo, autodidata, mas que trilhou pelos caminhos da pesquisa para oferecer ao povo as raízes de sua história, suas lutas, suas crenças e sua fé.
Como no poema drummondiano, Alcino um dia teve ouro, riquezas, influência política, mas todo esse passado de poder e posses se transformaria apenas em um retrato na parede. Mas que não lhe doía. E não lhe amargurava porque abandonou os meandros do poder e da política para enveredar de vez pelas trilhas da história sertaneja e, mesmo sem ter tal pretensão, se tornar seu guardião maior. Daí em diante sua grande riqueza passou a ser seus escritos.
A saga do povo sertanejo era o seu exercício de toda hora. E assim fez até suas forças permitirem. Com seu jeito sempre cativante de ser, sempre calçado nas suas inconfundíveis havaianas, cortando as ruas de seu Poço Redondo ou recebendo amigos de outras plagas enquanto ouvia Tonico e Tinoco, acabou se transformando em referência obrigatória acerca de tudo que dissesse respeito a sertão. E alguém já lembrou que poucas pessoas receberam tantas homenagens em vida como as que Alcino havia recebido. E foram realmente muitas.
Alcino, ou “O Caipira de Poço Redondo” ou ainda “O Vaqueiro da História”, como se identificava em alguns textos, falecido em 1º de novembro de 2012, aos 72 anos, certamente não acolheria a polêmica das restrições biográficas. Pelo contrário, sorriria o seu sorriso largo como agradecimento pelo reconhecimento de suas realizações enquanto cidadão sertanejo, autodidata, mas que trilhou pelos caminhos da pesquisa para oferecer ao povo as raízes de sua história, suas lutas, suas crenças e sua fé.
Como no poema drummondiano, Alcino um dia teve ouro, riquezas, influência política, mas todo esse passado de poder e posses se transformaria apenas em um retrato na parede. Mas que não lhe doía. E não lhe amargurava porque abandonou os meandros do poder e da política para enveredar de vez pelas trilhas da história sertaneja e, mesmo sem ter tal pretensão, se tornar seu guardião maior. Daí em diante sua grande riqueza passou a ser seus escritos.
A saga do povo sertanejo era o seu exercício de toda hora. E assim fez até suas forças permitirem. Com seu jeito sempre cativante de ser, sempre calçado nas suas inconfundíveis havaianas, cortando as ruas de seu Poço Redondo ou recebendo amigos de outras plagas enquanto ouvia Tonico e Tinoco, acabou se transformando em referência obrigatória acerca de tudo que dissesse respeito a sertão. E alguém já lembrou que poucas pessoas receberam tantas homenagens em vida como as que Alcino havia recebido. E foram realmente muitas.
Verdade é que
o político escondia no seu verso uma outra feição muito mais prazerosa de
lidar, que era a de pesquisador, poeta, colecionador de vinis da autêntica
música caipira, apaixonado pela história cangaceira. O seu tio materno, Zabelê,
cangaceiro do bando de Lampião, lhe servia de orgulho e inspiração. Foi a
partir do interesse pelo destino do tio que foi cavando as raízes cangaceiras
até se tornar num dos mais respeitados historiadores sobre o tema.
Não conformado
com as mesmices nem com as inverdades escritas e asseveradas em torno da saga
bandoleira, Alcino se propôs a dar outra feição à história. E conseguiu logo no
primeiro livro publicado: “Lampião Além da Versão - Mentiras e Mistérios de
Angico”. E mais tarde surgiram “O Sertão de Lampião” e “Lampião em Sergipe”.
Mas guardava escritos para muitos outros livros discutindo, contando e
recontando, o percurso daqueles valentes e tantas vezes incompreendidos homens
das caatingas e dos carrascais agrestinos.
Trouxe ao
presente o conhecimento de personagens importantes da história nordestina;
procurou desvendar os mistérios de Angico e da epopéia lampiônica, e com isso
se tornou um dos escritores mais lidos e requisitados do fenômeno cangaço;
colocou a música caipira e a viola cabocla no seu devido lugar de importância e
reconhecimento. Revisitando seus arquivos, percebi o quanto de sertão existente
em livros, recortes, correspondências, manuscritos, fotografias. Sertão, talvez
este seja também outro nome de Alcino.
Tantas
realizações não poderiam ficar apenas na memória do seu povo, nas recordações
dos amigos. Como filho, desde muito que já escrevia sobre sua obra. Esforcei-me
ainda mais depois que as enfermidades lhe acometeram e já tinha ciência do que
não demoraria a acontecer. Eis que quando o inevitável foi anunciado, a sua
trajetória de vida já estava quase toda escrita. Depois de concluída, escolhi o
título mais apropriado: Todo o Sertão num só Coração - Vida e Obra de Alcino
Alves Costa.
Com 288
páginas, a obra está dividida segundo as muitas artes ou os muitos afazeres do
biografado. Vai desde o nascimento, em 1940, às homenagens póstumas. Daí que
aborda o homem sertanejo, o político, o poeta e compositor, o pesquisador e
escritor, bem como sua apaixonada e contínua busca pela história nordestina,
onde se sobressaem as vinditas de sangue, o mundo cangaceiro e coronelista, as
estradas ladeadas por jagunços e fanáticos, toda a saga de um povo. Tais foram
os aspectos mais pesquisados e abordados por Alcino na sua literatura.
A biografia é,
pois, a história desse grande sertanejo. Do Alcino prefeito por três vezes de
seu município; do homem simples que buscou nas raízes sertanejas a motivação
para a pesquisa e a escrita; do radialista do programa “Sertão, Viola e Amor”;
do escritor da saga cangaceira e de tantos outros livros; do compositor gravado
por artistas famosos. Mas principalmente do Alcino que incutiu nas jovens
mentes poço-redondenses a importância da valorização de sua história e a
preservação de sua cultura.
O livro poderá
ser adquirido com o próprio autor na Av. Carlos Bulamarqui, 328, Centro, em
Aracaju. Contato através do email: rac3478@hotmail.com
blograngel-sertao.blogspot.com
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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