Por André Ferraz
Sou neto de
integrante da Volante..., que inclusive estudou com Lampião na sua infância.
Ainda hoje temos uma pequena propriedade no local onde eles nasceram e
cresceram. Posso passar o que as pessoas que cresceram e conviveram com ele me
falaram: Era um facínora... seu irmão teve a mesma educação e foi pessoa de
bem. Meus avós e tios avós viveram a mesma realidade na região e não furtaram,
não extorquiram, não sequestraram nem tampouco mataram gente inocente. Na vila
dos meus antepassados mulheres e crianças aprendiam a atirar para se protegerem
de Lampião... pois nem a força pública nem o exército conseguiu contê-lo. A
volante foi a forma que na época a solução encontrada... combater Lampião com
seus próprios conterrâneos... Somente a resistência e a inteligência do sertanejo para poder dar combate contra um bandido nordestino.
André Ferraz afirma neste site http://jataovaqueiro.blogspot.com.br/2011/02/veja-algumas-frases-de-lampiao-o-rei-do.html o seguinte: que os seus familiares viveram na mesma região que morava a família Ferreira, e que nenhum se tornou marginal, não extorquiram, não assassinaram ninguém. Tudo bem! Todos foram honestos e trabalhadores e acredito que os seus familiares seguiram os mesmos exemplos dos pais. Mas temos que entender que, enquanto a família Ferraz tinha tranquilidade onde morava, a família Ferreira vivia um verdadeiro inferno, inferno este que fora criado, não por ela, mas por vizinho que não soube respeitá-la. Ninguém deseje para ninguém a intranquilidade, a perda do respeito, do seu espaço para permanecer aonde quiser, ou viver com os cacarecos na cabeça para aqui e para acolá, assim vivia a família Ferreira entre Pernambuco e Alagoas. A família Ferreira não tinha mais outra solução, e a partir das pressões causadas pelo seu vizinho, Lampião, Antonio e Levino, juntos, acreditaram que a solução seria vingança, já que eles achavam que o mundo todo estava contra eles. E na verdade, ninguém mais acreditava na família Ferreira. Não podia participar das festividades do lugar, as amizades, todas estavam desaparecendo, autoridades à sua procura, traidores, mentirosos, criadores de histórias inverídicas e outras mais, principalmente a polícia que fazia algo contra os sertanejos e saía espalhando o boato por onde passava que os irmãos Ferreira haviam feito isto ou aquilo em determinado lugar. Claro que os Ferreira não eram santo, mas, segundo os estudiosos do cangaço, cito um deles, o escritor João de Sousa Lima, afirmou em um dos seus artigos que, “a maior parte das desordens feitas nos sertões era praticada por policiais da época, no intuito de incriminar mais ainda os cangaceiros”. Se você quer conhecer toda histórias dos Ferreira, entre em contato com o autor do livro “Lampião a Raposa das Caatingas” através deste e-mail: josebezerra@terra.com.br
ResponderExcluirNa realidade caro André Ferraz a luta no remoto tempo em que viveu Virgolino Ferreira não foi das mais fáceis. Segundo informações dos diversos pesquisadores, seu pai precisou mudar de residência por duas vezes na tentativa de solucionar o problema e, nem mesmo assim foi possível. E você sabe que os jovens sertanejos quando entram numa luta, não sentem o desejo de sair. São homens de muita coragem. Se as autoridades tivessem conseguido harmonizar a situação logo no início, creio que não teríamos um Lampião.
ResponderExcluirAbraços,
Antonio Oliveira - Serrinha - Bahia.