Por Geraldo Maia do Nascimento
A
Segunda fase desse estudo corresponde a fase de expansão do ensino fundamental
em Mossoró. Nessa fase vamos lembrar os professores que atuaram no Colégio 7 de
Setembro (1900), do Colégio Santa Luzia (1901) e do Curso de Comércio da União
Caixeiral (1912).
O
primeiro nome que aparece dessa fase é a do professor Antônio Gomes de Arruda
Barreto. Era, em sua época, uma das figuras de maior relevo da cultura
nordestina. Era advogado e jornalista, mas foi como professor que o seu nome
passou para a história. O seu educandário, o Colégio “Sete de Setembro”,
funcionava a princípio na cidade de Brejo do Cruz, na Paraíba.
Farmacêutico Jerônimo Rosado pai da família numerada de Mossoró "Rosado"
Mas a conselho
do seu amigo e conterrâneo farmacêutico Jerônimo Rosado transferiu o
estabelecimento para a Mossoró, no começo do ano de 1900. Na sua época era o
único educandário no seu gênero, em funcionamento no interior, que preparava
alunos em todas as matérias para os exames finais, a serem prestados no Ateneu
Norte-rio-grandense, na capital do Estado. Em seu corpo de professores
figuravam nomes como Teódulo Câmara, Paulo de Albuquerque, Jerônimo Rosado,
Alfredo Melo, José Paulino Leal, Ferreira de Abreu, além do seu próprio
diretor, o professor Antônio Gomes. O Colégio “Sete de Setembro” prestou
inequívocos serviços a educação da juventude de Mossoró e de muitos outros
lugares do Sertão.
Professor Cônego Estevão José Dantas - fonte da foto: blogdogemaia
Professor
Cônego Estevão José Dantas. Foi o primeiro Diretor do Colégio Diocesano Santa
Luzia, de Mossoró, com as atribuições de promover a sua organização e
consequente instalação do educandário que se iniciava com o século XX. Chegou a
Mossoró em 22 de fevereiro de 1901 e dirigiu o Colégio Diocesano até fevereiro
de 1907, desenvolvendo uma grande atividade em prol do ensino ministrado no
educandário e do seu aprimoramento.
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Professor
Paulo Leitão Loureiro de Albuquerque. Era um homem de alta cultura, Bacharel em
Ciências Jurídicas e Sociais, tendo feito o curso em Recife/PE, de onde era
originário. Era de espírito atilado, perspicaz, dotado de especial formação
filosófica e humana. Era poeta, jornalista e orador de grandes arroubos. Foi
Promotor Público, Juiz Municipal e professor. Teve parte ativa na campanha
abolicionista de Mossoró. Lecionou francês, matemática, geografia e história no
Colégio “Sete de Setembro”, do professor Antônio Gomes de Arruda Barreto. Sobre
ele falou o Desembargador Felipe Guerra: “Foi o mestre da mocidade que subtraiu
Mossoró do tenebroso esquecimento anti-intelectual e do obscurantismo e da
ignorância”.
Professor
Teódulo Soares da Câmara. Lecionou no Colégio “Sete de Setembro” e no Colégio
Diocesano de Mossoró. Em 1907 transferiu-se para Natal onde foi nomeado
professor do Ateneu Norte-rio-grandense.
Colégio
Atheneu, o colégio mais antigo do Brasil Casa do estudante metralhada, após o
levante comunista - www.skyscrapercity.com
Professor
Alfredo de Souza Melo. Foi professor do Colégio “Sete de Setembro” onde
lecionou a cadeira de língua inglesa. Jornalista vibrante e combativo,
polemista, de espírito ativo. Um dos mais dedicados adeptos da campanha
abolicionista de Mossoró.
Professor
Jerônimo Rosado. Estimulando e ajudando ao Professor Antônio Gomes, induzindo-o
a transferir o seu Colégio para Mossoró, onde as oportunidades de trabalho e de
receptividade seriam muito maiores, não pode negar ao convite para lecionar no
educandário. Foi professor de física e química. Lecionou também no Colégio
Diocesano Santa Luzia, no início de funcionamento daquela instituição.
Professor
Pe. Pedro Paulino Duarte. Substituiu o Cônego Estevão José Dantas na direção do
Colégio Diocesano Santa Luzia. Chegou a Mossoró em 1907 e durante o tempo em
que permaneceu na Diretoria do educandário, dedicou-se a promoção de um grande
trabalho para a difusão da instrução entre as classes mais pobres, para o que
chegou a abri uma aula noturna, cuja matrícula era de 30 meninos para ensino
primário gratuito.
Professor
Francisco Isódio de Souza. Foi um agitador cultural de Mossoró. Fundou, juntamente
com outros membros, o Instituto Literário “2 de Julho, com o fim de promover as
comemorações cívicas do transcurso da data que assinalava, na Bahia, a vitória
das forças brasileiras contra as portuguesas comandadas pelo General Madeira.
Do mesmo modo, com a ajuda de outros, fundou a 11 de agosto de 1911, a
Sociedade de União Caixeiral, que foi pioneira no Estado da organização dos
auxiliares do comércio.
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Cada
uma das pessoas citadas acima merecia, por sua luta e dedicação ao desenvolvimento
educacional de Mossoró, biografia e homenagem por parte do poder público. Mas a
grande maioria desses educadores, são totalmente desconhecidos das novas
gerações, constando seus nomes apenas em velhos cartapácios, que poucos se
interessam de pesquisar.
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Autor:
Jornalista
Geraldo Maia do Nascimento
Fonte:
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