Por Benedito Vasconcelos Mendes
PILÕES - A
grande variedade de pilões que compõem a numerosa e curiosa coleção destes
utensílios domésticos do Museu do Sertão, da Fazenda Rancho Verde, em
Mossoró-RN, chama a atenção dos que visitam este museu.
O pilão era conhecido
pelas três etnias que se miscigenaram na época da colonização brasileira.
Os tapuias nativos do Nordeste utilizavam o almofariz de pedra, que
nada mais era do que uma pedra toscamente escavada que, com o auxílio da mão de
pilão, também de rocha, triturava alimentos. O Pilão de madeira deitado ou
horizontal foi idealizado pelos indígenas, enquanto o pilão em pé ou vertical
foi introduzido pelos escravos africanos, que vieram para o Brasil na época da
colonização. Os colonizadores portugueses também conheciam o pilão, de modo que
os africanos, os indígenas e os brancos portugueses utilizavam pilões. O pilão
de pedra quadrado (feito de granito trabalhado) era produzido pelos artesãos
luso-brasileiros e foi muito usado nas fazendas das regiões cristalinas
nordestinas, pois, com o escopro ou cinzel de aço e com a marreta, os mestres
de ofício confeccionavam este tipo de pilão. Os índios brasileiros não
conheciam a siderurgia (fundição e preparação do ferro e do aço), pois não
utilizavam apetrechos de trabalho metálicos. Os almofarizes indígenas eram
pedras já encontradas na natureza ou escavadas com outra rocha de dureza maior,
como o quartzo.
O pilão para tempero pode ser de madeira, ferro, bronze,
mármore, granito, vidro, porcelana e de outros materiais e já no período da
colonização brasileira era muito usado na culinária portuguesa. Na Civilização
da Seca, o pilão era um utensílio doméstico encontrado, praticamente, em todas
as casas, fossem elas urbanas ou rurais, para pilar a paçoca (carne de sol
torrada, pilada com farinha de mandioca), milho para fazer xerém ou massa de
milho para cuscuz, bolos e outros alimentos. O arroz era também pilado, para
tirar a casca, e o café, torrado no caco de barro com rapadura, era triturado
no pilão. O pilão de tempero (pilãozinho de cozinha) não podia faltar na
cozinha sertaneja, para esmagar pimenta do Reino, alho, cebola e outros
condimentos.
Informação
do http://blogdomendesemendes.blogspot.com:
O
Museu do Sertão na "Fazenda Rancho Verde" em Mossoró não pertence a
nenhum órgão público, é de propriedade do seu
criador professor Benedito Vasconcelos Mendes.
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