Por Adilson Costa
Toma essa,
Brasil! Exclamava Emerson Fitipaldi na sua primeira conquista da fórmula 1, de
um Brasil que ainda respirava amordaçado pela censura a toda a nação enferma e
impedida de fazer grandes voos...
Sílvio Santos
e Chacrinha reuniam multidões em suas caravanas, enquanto que o rei Roberto já
começava a colecionar os louros de uma carreira de superestrela! Eram tempos de
festivais, onde um jovem ganhador, que atendia pela alcunha de Chico, abriu mão
da primeira fila dos artistas premiados em favor de outra pérola de nossa MPB,
a famosa “Disparada” na voz do eterno Jair Rodrigues, cada qual ficando com uma
banda da premiação maior, enquanto que o cinema novo prosseguia a todo o vapor,
sob a liderança de um jovem ousado e gênio, que precisaria apenas de uma ideia
na cabeça e uma câmera na mão (Mas não na mão de qualquer um), na mão de um
Glauber Rocha, rebelde e único.
Tempos de
tropicália, com uma proposta de abrasileirar a nossa arte e tempos de uma bossa
nova que começaria a importar e mostrar para o mundo o que de melhor teríamos,
além de uma jovem guarda puxada por nosso rei Roberto Carlos e as namoradinhas
dos domingos à tarde nas nossas tv’s em preto e branco.
Tempos de
verdadeiros Golias, Mazzaropi, Grande Otelo e Oscarito, deixando um inestimável
legado a tantos outros, também grandes, como um Chico Anísio, Jô Soares e a
grandes trapalhões de nossas noites dominicais, tempos do Pasquim, Raul Seixas,
Elis e Tom, Luiz Gonzaga, Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e Ângela Maria,
dentre tantas outras estrelas de não menos brilho e grandeza... Tempos de um
anjo de pernas tortas que redesenhou a arte de encantar o público com os seus
pés mágicos, passando por um Rivelino, Jairzinho, Zito, Coutinho e um jovem que
iria ter o mundo às suas mãos, quer dizer, aos seus pés, Edson Arantes do
Nascimento entre milhares e um PELÉ sem ninguém à sua sombra!
Tempos de
protestos, resistências e esperança num planeta mais justo e acolhedor, de uma
nova reedição da batalha bíblica entre um Davi e Golias, na sangrenta guerra do
Vietnam! Dos Hips, Hare Krishna e outros tantos novos talentos, enfim, um tempo
que trouxe consigo retrovisores para que pudéssemos sempre rever a nossa
história sem precisarmos olhar para trás...
Adilson Costa
25/09/2016
Enviado pelo professor, escritor, pesquisador do cangaço e gonzaguiano José Romero de Araújo Cardoso
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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