Por Geziel Moura
Mariano
Laurindo Granja era cangaceiro "das antigas", ele foi um dos cinco
que atravessaram o São Francisco, em 1928, com destino à Bahia, juntamente com
Lampião.
Segundo, os
escritores Hilário Lucetti e Magérbio de Lucena o cangaceiro Mariano era
pernambucano de Afogados da Ingazeira (PE), e adentrou ao cangaço em 1924 por
questões de terras, sendo que compôs o grupo de Lampião no final de 1925,
estando inclusive em Juazeiro do Norte, em 1926, por ocasião da composição do
Batalhão Patriótico, organizado por Floro Bartolomeu e Padre Cícero, com o
intuito de combater a Coluna Prestes.
Alguns
historiadores consideram Mariano "Cangaceiro Manso" pois não era dado
a excesso de crueldade, isto não tira sua pecha de bandido, entretanto, não se
tem notícia dele, envolvido em caso de atrocidades praticada individualmente.
Após o
ingresso das mulheres no bando, a partir de 1930, Mariano passou a conviver
maritalmente com a baiana Otília Maria de Jesus, e como resultado desta união,
nasceu seu filho em 21 de abril de 1934, cuja criação foi destinada, ao padre
Manoel Firmino Pinheiro, que batizou a criança de José Mariano.
A captura de
Otília ocorreu durante o combate na Fazenda Nica, região de Geremoabo (BA), com
a volante baiana de Zé Rufino, episódio em que o chefe Mariano foi feriado
acima do joelho, tendo que recuar juntamente com seus cabras.Entretanto, Otília
se escondera sob uma cama, no coito em que estavam, sendo denunciada pela
coiteira, para se livrar das acusações de Rufino.
Assim, a
mulher de Mariano foi conduzida para Geremoabo, sofreu muito nas mãos dos
soldados, conseguiu sua liberdade, quando o cangaço se findou em 1940. Um fato
pitoresco, é que ela foi entrevistada pelo cineasta Paulo Gil Soares, para o
documentário Memória do cangaço de 1964.
Após a prisão
de Otília na Fazenda Nica, o chefe cangaceiro Mariano se juntou com outra
sertaneja, cujo nome era Rosinha e ficara com ele, até a morte do companheiro,
em outubro de 1936.
O derradeiro combate de Mariano e seu grupo se deu novamente com Zé Rufino, em
"Cangaleixo" região de Porto da Folha (SE), que estavam sendo
acoitado por João do Pão. Assim, Zé Rufino conseguiu chegar de surpresa ao
local do acampamento, pois forçara o filho do coiteiro a mostrar o caminho.
O combate foi
rápido, durou cerca de vinte minutos, morreram neste momento, além do chefe,
dois de seus cabras, Pai Velho e Pavão, cujas cabeças foram decepadas, exceto,
a de João do Pão, que não era cangaceiro, mas estava no local na hora do fogo.
Mesmo, em
avançado estado de gravidez, Rosinha conseguiu fugir, juntamente com outros
cabras de Mariano, como o cangaceiro Criança, que viveu em São Paulo após o
cangaço. A segunda companheira de Mariano, foi assassinada, posteriormente,
pelos próprios cangaceiros, para não correr o risco de delatar os
"pontos" e "coitos" dos bandidos. (Continua)
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