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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

ESCRITO PELO PESQUISADOR DO CANGAÇO GEZIEL MOURA


Esta postagem é desdobramento daquela produzida pelo Charles Garrido, sobre, entrevista concedida do cangaceiro Vinte e Cinco, e que gerou algumas dúvidas, acerca dos lugares e momentos, em que os grupos de Português e Pancada, depuseram as armas no sertão de Alagoas. Para este debate que, ainda, encontra-se "em aberto", vou me basear em jornais da época, que noticiaram as entregas.

1 - Segundo, o Jornal de Alagoas (09.09.1938), o cangaceiro João Marques Correia, o Barreira, pertencente ao grupo de Português, entregou-se ao Ten. José Tenório em Pão de Açúcar (AL), e fora conduzido para o quartel da polícia em Santana do Ipanema (AL);


2 - O Jornal de Alagoas (18.10.1938 e 25.10.1938) noticiou que o cangaceiro José Lino de Sousa, o Pancada, e seu bando, formado por: Maria Jovina, Cobra Verde, Vinte e Cinco, Peitica, Vila Nova II e Santa Cruz, foram presos, em Poço Redondo (SE) pelas volantes dos sargentos Juvêncio (AL) e Amâncio (SE), e enviado para Piranhas (AL);


3 - Para o jornal Correio de Aracaju (19.10.1938), o grupo de Pancada chegou no dia 18.10 1938 em Santana do Ipanema (AL);

4 - O Gazeta de Alagoas (01.11.1938) assinala a chegada do grupo de Pancada em Maceió (AL);


5 - O Jornal de Alagoas (18.11.1938), informou que Pancada, Cobra Verde, Vinte e Cinco, Peitica, Vila Nova II e Santa Cruz, além de Barreira, foram conduzidos a Santana do Ipanema (AL), para ajudar a convencer seus antigos companheiros a entregarem-se;

6 - Jornal de Alagoas (17.12.1938) disse que Pancada, ajudou a "convencer", o cangaceiro Velocidade, do grupo de Português a se entregar, e que fora conduzido para Santana do Ipanema;


7 - De acordo, com o Jornal A Noite (25.12.1938) o Cangaceiro Francelino José Nunes, o Português, foi preso na região de Água Branca (AL) e conduzido a Santana do Ipanema (AL);

8 - Para o jornal Diário da Manhã (28.12.1938) os cangaceiros Pedra Roxa, Barra de Aço e Maria Quitéria, entregaram-se na região de Mata Grande (AL);

9 - O Jornal A Noite (10.01.1939) noticiou que os cangaceiros: Velocidade, Português, Pedra Roxa e Maria Quitéria, foram enviados para Maceió.

Diante do exposto, e das identificações dos lugares, propostos, pelo escritor Frederico Pernambucano de Mello, em sua obra Guerreiros do Sol, é possível pensar que as imagens flagradas, ocorreram em dois lugares diferentes: Quartel da Polícia Militar em Santana do Ipanema (AL) e Maceió (AL), de acordo com aquela obra mencionada anteriormente. Portanto, minha hipótese inicial, é que a foto que deu origem ao debate foi mesmo em Maceió, após comparar as datas, informações jornalísticas e imagens similares.

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