Historiando
Santana
Clerisvaldo
B. Chagas, 21 de maio 2019
Escritor
Símbolo do Sertão Alagoano
Crônica: 2013
Em 11.07.1934,
houve a fundação, em Santana do Ipanema, Alagoas, do “Colégio Santanense” que
funcionou no chamado “sobrado do meio da rua”. Foi o primeiro estabelecimento
particular de ensino de grande porte, movimentando o primário, secundário e
curso comercial. Depois este colégio passou a funcionar na Rua Nova (Benedito
Melo) em sede própria, tendo sido o seu fundador, o professor Flávio Aquino
Melo. Em algum momento, apertado com falta de mão de obra, Flávio recebeu ajuda
de um jovem da cidade de Pão de Açúcar que passou a comandar a educação física
e o social da escola. O jovem tinha nome incomum de Darras Noya e que passou a
residir em Santana do Ipanema. Foi em 1938 que Darras entrou na história
cangaceira.
Tenente Zé Lucena responsável pela morte do pai de Lampião José Ferreira dos Santos
Em 1938,
mataram Lampião. Era o dia 28 de julho de 1938 e um novo interventor estaria
tomando posse em Santana. Na hora do almoço chega um telegrama do sargento
Aniceto para o comandante das volantes, Coronel Lucena. Os rapazes José Marques
e Darras Noya estavam nos Correios aprendendo Código Morse, quando receberam de
Piranhas via-Pão de Açúcar o telegrama. Veja o que Darras disse depois aos
amigos:
“Saímos
correndo os dois, eufóricos, em busca da casa do coronel. Fomos encontra-lo à
mesa numa refeição com Pedro Gaia que naquele dia iria ser empossado em Santana
como prefeito. Gritamos: ‘tem um telegrama para o senhor: Mataram Lampião’. O
coronel pareceu não acreditar em nós. A sala ficou em silêncio de repente. Ele
fechou os olhos, levantou-se, olhou um quadro sobre Jesus que estava na parede
e chorou emocionado, bem de leve, dando graças a Deus pelo acontecido”.
Conheci Darras
Noya quando eu era estudante do Ginásio Santana. Trabalhava nos Correios e era
casado com a Professora Marynita Peixoto Noya. Gostava de uma
cervejinha. Andava sempre com fotografias antigas no bolso e vez em quando
surpreendia a companhia com uma delas. Mania de confiar às pontas do bigode
fino e criticar com humor os títulos de lojas do comércio. Ao falecer, Darras
Noya passou a ser denominação do museu local.
Fontes: O boi,
a bota e a batina, história completa de Santana do Ipanema (inédito) e Lampião
em Alagoas, 2012.
CORONEL
LUCENA. (FOTO: LIVRO: LAMPIÃO EM ALAGOAS).
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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