João Filho de Paula Pessoa
Em 1933, o cangaceiro Baliza foi preso quando estava descansando à beira de um
barreiro, por uma volante comandada pelo Cabo Justiniano, que seguindo os
devidos protocolos o prendeu, resguardou sua vida, o levou à delegacia do
povoado mais próximo e comunicou a prisão à seu comando, que lhe ordenou que
escoltasse o cangaceiro até a cidade de Santo Antônio da Glória e assim o cabo
procedeu, com seu pequeno contingente. Baliza era conhecido no bando por ser
uma boa pessoa, era considerado medroso, não gostava de usar armas e não
participava dos combates pois costumava se esconder nestas horas, não matava,
nem praticava maldades. Se ocupava mais em cozinhar para o bando do que em
guerrear, era considerado bondoso e afeminado pelos demais cangaceiros. Quando
a pequena tropa caminhava pelo sertão em duas pequenas filas de soldados com o
cangaceiro Baliza escoltado ao centro, encontraram-se com outra volante
comandada pelo Tenente Ladislau Reis, que tinha o apelido de Santinho e era
conhecido por sua crueldade e sadismo, punha medo em todos que sabiam de sua
fama. Ao ver aquele cortejo de escolta de um cangaceiro, Santinho aborda aquela
outra volante e ordena ao cabo que lhe entregue o prisioneiro, pois ele mesmo o
levaria. Por ter a patente mais alta foi obedecido, recebeu o prisioneiro e
dispensou a volante do cabo, que se retirou. Quase que imediatamente ordenou à
sua tropa que iniciasse a sessão de tortura e espancamento contra o
prisioneiro, que ocorreu da forma mais violenta e perversa possível, com
utilização de murros, chutes, pauladas, pedras, punhais e peixeiras e, antes
que Baliza morresse foi pendurado de cabeça para baixo pelos tornozelos numa
árvore, foi feita uma fogueira em baixo, bem perto de sua cabeça e ateado o
fogo pelo próprio Santinho, que assistiu calmamente àquele corpo se debater e
se contorcer aos berros horripilantes de dores e desespero com a exalação de
grande fedor de cabelos e pele queimados, até que parasse de se debater por
completo, após cortou a cabeça ainda quente do cangaceiro, deixando seu corpo
daquela forma, pendurado e decapitado, para a natureza se encarregar, levando
consigo aquele o hediondo e covarde troféu da cabeça do prisioneiro.
João Filho
de Paula Pessoa, Fortaleza/Ce.) 12/02/2020.
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2926723240750592&set=gm.604948526775774&type=3&theater&ifg=1
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário