Sinopse
O personagem da história brasileira que é tema deste livro já foi apontado por muitos como bandido e por outros como produto das injustiças sociais. Polêmicas à parte, não restam dúvidas de que Lampião permanece magnetizando a curiosidade de todos que já dele ouviram falar.
Mito ainda em vida, sua morte só fez aguçar toda a mística que cerca sua trajetória. Afinal de contas: quem matou Virgulino Lampião? Muita tinta já foi gasta procurando dar conta deste imbróglio.
E o historiador Frederico Pernambucano de Mello traz aqui ao leitor um retrato vivo e completo deste homem de coragem e inteligência cuja trajetória já foi objeto de música, filme, novela e tantas outras manifestações da arte.
Através de uma linguagem certeira e ancorado por caudalosa documentação escrita e ampla gama de depoimentos orais, o autor deste livro contextualiza historicamente as ações de Lampião e seu bando nas primeiras décadas do século XX e desata o nó que até então existia a respeito do assassinato de uma das figuras mais admiradas e, ao mesmo tempo, temidas de nossa história.
Sopro renovador na historiografia do cangaço brasileiro, Apagando o Lampião – Vida e morte do Rei do Cangaço joga luz definitiva sobre um dos enigmas que ainda persistiam na rica seara da história nacional.
Pedro Alexandre Sanches
Elemento importante de Apagando o Lampião é a compreensão da instrumentalização do cangaço com fins políticos, tanto pelos coronéis nordestinos como pelos “civilizados” do Sudeste brasileiro. “Para o Brasil, o banditismo e a seca são males necessários”, ele afirma, sob a assinatura do conterrâneo Manoel Bastos Tigre, em artigo datado de agosto de 1938. “Como esses mendigos de porta de igreja, que ‘cultivam’ a chaga da perna para que não feche, assim deve o sertão cultivar a seca e alimentar discretamente o cangaço”, apunhala o Tigre de 1938.
Fonte - Revista Carta Capital.
Frederico Pernambucano de Mello
Nasceu no Recife, em 1947. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife, sua especialização profissional abrange, além do Direito, Administração de Assuntos Culturais. Em 1988, foi eleito para a Academia Pernambucana de Letras (APL).
É membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Foi procurador federal no Recife e, de 1972 a 1987, integrou a equipe do sociólogo Gilberto Freyre na Fundação Joaquim Nabuco, que o reconhecia, já em 1984, como “mestre dos mestres em assuntos de cangaço”.
Dentre outros livros, é autor de Guerreiros do Sol – violência e banditismo no Nordeste do Brasil (A Girafa), Estrelas de couro – a estética do cangaço (Escrituras) e A guerra total de Canudos (Escrituras).
Nenhum comentário:
Postar um comentário