Por José Di Rosa Maria
A palavra caatinga
Vem do tupi-guarani
E quer dizer “mata branca”
Sistema único daqui;
Do Estado do Sergipe,
Da Bahia e Piauí...
1
Do Rio Grande do Norte,
Pernambuco, Ceará,
Alagoas, Paraíba,
Também um pouco de lá
Do velho norte de Minas,
Noutro canto a mais não há!
2
Corresponde a 10%
De todo chão brasileiro.
O seu clima é semiárido;
Muda sempre o ano inteiro
E a gente enfrentar as secas,
Isso já é rotineiro.
3
Solo, raso e pedregoso,
Plantas, muito resistentes,
Composto por vários tipos
De rochas bem diferentes
E aquecido por raios
Soares, pra lá de quentes.
4
Tem menos de um 1%
Sua área protegida
Em trinta e seis unidades
De conservação mantida;
Onde seus recursos têm
Exploração permitida.
5
O homem já alterou
80% ou mais,
Da caatinga que sofre
Agressões ambientais,
Que prejudicam pessoas,
O solo e os animais.
6
As secas que se prolongam
Causando destruições
Interferem no destino
De vinte e cinco milhões
De pessoas que habitam
Nos sertões e regiões.
7
Elas castigam também
Mandacaru e cardeiro.
Catingueira, mororó,
Jurema preta, pereiro,
Mofumbo, angico e velame,
Maniçoba e marmeleiro,
8
Mas assim que as chuvas voltam
Vem a recuperação
Do bioma muito rápido,
Deixando a vegetação,
Do mesmo jeito que era
Sem cobrar nenhum tostão.
9
Aqui também há problemas
Sociais e de verdade!
Os baixos níveis de renda
E de escolaridade,
São fatores encontrados
Em muita comunidade.
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Desde o tempo imperial,
Que o desenvolvimento
Não chega trazendo ao povo
Saúde e saneamento
Ambiental, com melhoras
De vida e ensinamento.
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Mortalidade infantil
Não deixou de existir,
Porque a desassistência
Veio pra contribuir
Com esse longa-metragem
Triste de se assistir.
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Na caatinga também
É grande a dificuldade
Em razão da aridez
E da instabilidade
Porque a pluviométrica-
Precipitação invade.
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Aqui nossa agricultura
Vive da irrigação
Artificial, que há
Por meio de construção
De canais e de açudes
Que se tem na região.
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Alguns projetos dependem
Das águas do “Velho Chico”
E também do Parnaíba
Que já deixou “Cabra” rico,
Mas a escassez de chuvas
Não me tranquiliza um tico.
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As plantas da caatinga
São todas adaptadas
Ao clima seco e ás poucas
Quantidades derramadas
D´água, durante o inverno
Pelas nuvens carregadas.
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Umas armazenam água
Pra no verão não faltar,
Outras possuem raízes
Que são expostas ao ar
Para o máximo de água
Conseguirem captar.
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Formada por três estratos
É nossa vegetação:
Os três, arbóreo e herbáceo
E arbustivo que são
De tamanhos diferentes
Que chamam nossa atenção.
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Entre as espécies estão
Imburana e umbuzeiro.
Algumas produzem cera,
Que tem valor financeiro
Fibra e óleo vegetal
Que também rendem dinheiro.
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Sua fauna tem cutia,
Sapo-cururu, preá,
Asa-branca, tatupeba,
Arara-azul e gambá,
Lagarto, cobra e sagui,
Com certeza também há.
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Tem veado-catingueiro
Insetos e roedores,
Até cachorro-do-mato
Que foge de caçadores.
Viva nossa caatinga...
Sistema que tem valores!
Á pedido da professora
Marcela Ferreira Lopes - Cajazeiras-PB.
Sobre Marcela Ferreira Lopes:
Possui graduação em Geografia (licenciatura) e em Pedagogia(licenciatura) pela Universidade Federal de Campina Grande (2010). Educadora do projeto Projovem Campo-saberes da terra (2010-2012) na modalidade de EJA. Pós- graduada (especialização) em Educação de Jovens e Adultos com ênfase em Economia Solidária no semiárido Paraibano (UFCG/ CCJS). Participou do programa de monitoria (2014.1/2014.2/2015.1) no CFP, é aluna Bolsista (PIBIC) na área do ensino de Filosofia, é Membro do grupo de pesquisa Formação de Professores, Educação, Cultura e Sociedade -FORPECS e do Grupo de estudos e pesquisa em Filosofia e Educação -GEPEFE, na mesma instituição.
http://blogdomendesemendes.blogspot.com
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