Por José Cícero da Silva
Com suas
marretas mágicas e rígidas, eles batem no tempo, com os braços fortes de todos
os gigantes que os habitam:
- Tengo,
tengo, tengo... de modo intermitente a velha bigorna grita:
- Para Zé
Quelemente! Baixe a pancada Zé de Sá do Araçá! Não vêem que são de metal e
pluma o sentimento, a utopia e a desventura da vossa lida?
Mesmo assim os
dois ferreiros prosseguem a temperar com sangue, suor e lágrima o sofrimento e
a própria dureza de toda a vida.
E com martelo
de aço e ferro eles forjam sonhos, gestos e desditas.
Vento no fole,
brasa viva... Fogo no forjo. Logo em seguida, o ferro fica mole quase se
derrete...porque duro mesmo e para sempre, apenas as coisas inflexíveis e
fugidias da vida.
E a bigorna
grita: - para Zé de Sá, baixe a pancada Quelemente! Vocês não têm medo de
quebrar
o que se tem
pra viver ou se poderia criar?
•J. Cícero.
foto: com o
sr. Zé de Sá, o último dos ferreiros antigos d'Aurora.
https://www.facebook.com/photo/?fbid=10223309340743438&set=a.1905071148148
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