Por Dr. Epitácio de Andrade Filho
.jpg)
No livro “Testemunhos e Perfis”, lançado em 2003, o escritor, político, jurista e pesquisador Almino Affonso oferece seu depoimento sobre o protagonismo feminino potiguar em importantes conquistas no cenário nacional.
A esse respeito, o memorialista amazonense com raízes fincadas em solos norte-rio grandes resgatou a Lei 660, de 25 de outubro de 1927, que passou a ter o seguinte amparo legal:” No Rio Grande do Norte, poderão votar e ser votados, sem distinção de sexo, todos os cidadãos que reunirem as condições prevista nesta lei.” De imediato, em novembro de 1927, na cidade de Mossoró, a professora Celina Guimarães Viana se torna a primeira mulher brasileira habilitada ao exercício do voto. Apesar da controvérsia acerca dessa primazia, uma vez que também se alude à professora Júlia Alves Barbosa que, pouco antes, teria se inscrito em Natal, uma análise meticulosa de João Batista Cascudo Rodrigues ratificou o pioneirismo Mossoroense. A conquista do sufrágio universal pôs o Rio Grande do Norte a descortinar a vanguarda da história. A mulher potiguar, nos anos seguintes, consolida sua posição vanguardeira: vinte senhoras, nos diversos municípios, inscrevem-se como eleitoras; elege-se Alzira Soriano de Souza, prefeita de Lages, a primeira a alcançar tão alto título na América do Sul, pouco antes que a Revolução de 1930 triunfasse; e Maria do Céu Pereira Fernandes, elegendo-se deputada estadual, em 1935, foi a primeira mulher, no Brasil a representar o povo num congresso Legislativo Estadual. O literato conclui seu resgate histórico buscando, segundo afirma, ser fiel à história: “essa presença no cenário político e social, no Rio Grande do Norte, remonta à figura de Nísia Floresta Brasileira Augusta”(A mais notável mulher que a história do Rio grande do Norte registra, no dizer de Veríssimo de Melo). Nascida em 1810, no Sítio Floresta (Papary, hoje a toponímia da cidade homenageia sua ilustre filha). Das primeiras vozes no Brasil a lutar pela emancipação social, política e econômica da mulher, Nísia Floresta é considerada precursora do feminismo brasileiro. A escritora faleceu no dia 24 de abril de 1885, na França; e, em 1954, os restos mortais foram trasladados para a terra natal, onde se encontram sepultados num mausoléu construído em sua homenagem. Inspirado na obra e vida da feminista, foi organizado o excelente Museu de Nísia Floresta. Nos dias atuais, saíram de uma escola pública da pequenina Paraná, no Alto Oeste do Estado do Rio Grande do Norte os versos vencedores do Concurso de Poesia, promovido pelo Programa Nacional do Livro e Material Didático do FNDE(Fundo Nacional de desenvolvimento Educacional). Com o poema “Mulheres na História, Espelhos do Futuro”, a jovem poetisa de 14 anos Letícia Maria de Morais se revelou uma promessareal da continuidade do Protagonismo Feminino Potiguar.
Enviado pelo o autor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário